Modelo de Gilbués é desclassificada do concurso Miss Continente Piauí por descumprir regra; coordenação explica o motivo

Modelo de Gilbués é desclassificada do concurso Miss Continente Piauí por descumprir regra; coordenação explica o motivo

Modelo Jaqueline Soares e o coordenador do concurso, Naldo Rodriguez / Foto: Reprodução

A jovem modelo Jaqueline Soares, de 26 anos, natural da cidade de Gilbués, no estado do Piauí, foi desclassificada do concurso de beleza Miss Continente Piauí, e teve seu título de Miss Continente Gilbués revogado devido ela ser mãe de uma criança, pois segundo o regulamento do concurso não pode ser casada ou ter filhos.

Após uma grande repercussão nas redes sociais sobre o ocorrido, nossa equipe entrou em contato com a modelo Jaqueline Soares para saber o que ela tem a falar sobre a situação. A jovem afirmou que não tinha conhecimento das regras do desfile e que algumas pessoas a criticaram nas redes sociais por não saber a regulamentação de um concurso de beleza.

“Eu não tinha conhecimento das regras do concurso, inclusive algumas pessoas vinheram no meu privado dizer que eu poderia ter pesquisado mais, aprofundado mais. Porém, eu nunca participei de algo. Quando eu me escrevi foi apenas para ser modelo fotográfica, aí eles vinheram e lançaram essa proposta de ser Miss, e eu questionei dizendo que não achava o meu perfil como de uma Miss”, disse Jaqueline.

Jaqueline Soares, modelo, natural da cidade de Gilbués (PI). Foto: Arquivo pessoal

A modelo ressaltou que a coordenação do concurso sempre incentivou que as modelos estudassem cada vez mais sobre postura, vestimentas e de como se comportar em público, mas de acordo com ela, nunca foi falado que mãe não pode ser Miss. “Eles sempre incentivaram a gente a pesquisar sobre postura, qual roupa usar, essas coisas assim. Mas nunca falaram dessa questão que Miss não pode ser mãe, que Miss não pode ser casada, essas coisas do tipo. Até então eu não sabia”, afirmou Jaqueline Soares.

Segundo Jaqueline, quando foi na última segunda-feira (11) de manhã, a coordenação entrou em contato com ela por ligação, perguntou sobre a denúncia que foi feita pelas redes sociais na qual falava que ela era mãe e repassaram a regulamentação do concurso e a ficha de inscrição.

“Somente na segunda-feira eles foram publicar sobre os regulamentos do concurso e enviaram uma ficha de inscrição para os participantes preencher. Desde agosto não sabíamos de nada nem contratos foram enviados para preenchermos nada. Quando foi a tarde me excluíram do grupo das Misses, tiraram a minha foto da página como se eu não significasse nada. Eu não tive direito nem de me pronunciar no grupo, eu não tive o direito de falar o que estava acontecendo para as meninas”, frisou.

A modelo Jaqueline, disse que irá procurar todos os seus direitos, pois teve a sua imagem prejudicada diante de um concurso tão importante no estado. “Eu quero justiça, pois eu tive a minha imagem exposta, eu fui enganada, participei do desfile em Picos, tive gastos, fui lá, desfilei, fui aclamada, recebi a faixa, fui apresentada para os jurados, eu estava representando a minha cidade. Mas perdi tudo. Então eu fui tratada como uma pessoa sem valor”, finalizou.

Jaqueline se manifestou nas redes sociais sobre a desclassificação do concurso. Foto: Reprodução 

O outro lado

O coordenador estadual do concurso Miss & Mister Continente Piauí, Naldo Rodriguez, responsável pelo concurso se manifestou ao Portal Jornal de Picos sobre a grande repercussão no mundo da moda piauiense.

Segundo Naldo, até a última segunda-feira (11), as fases classificatórias do concurso seguiam tranquilamente, mas depois que a coordenação recebeu uma denúncia de um perfil fake nas redes sociais, o rumo do final do concurso começou a desandar.

“Na segunda-feira (11), recebemos uma denúncia através de um fake criado no Instagram que entrou no Direct do Instagram do concurso com a seguinte pergunta: no concurso de vocês é permitido uma miss ter filho? Nós respondemos que não, todo concurso de beleza tem regulamento com algumas regras que devem ser cumpridas. Uma delas que é universal é que Miss não pode ser casada ou ter filhos. Então a pessoa falou que a representante de Gilbués já tinha um filho de quatro anos”, explicou Naldo.

Após denúncia, o coordenador estadual do concurso entrou em contato com a candidata para averiguar se realmente a informação repassada era verídica. “Como a candidata está em Brasília, imediatamente eu liguei pra ela e contei o ocorrido. Fiz a pergunta se era verdade o teor da denúncia e ela confessou que sim. Então expliquei para ela de que não podia por conta das regras impostas não só pelo nosso concurso, mas todos os concursos existentes no mundo”, destacou Naldo Rodriguez.

Coordenador estadual do concurso Miss & Mister Continente Piauí, Naldo Rodriguez. Foto: Arquivo pessoal

Sobre a regulamentação do concurso, perguntamos ao Naldo se as candidatas tiveram acesso algum documento que citasse o que pode ou não para se tornar uma Miss. De acordo com ele, a coordenação sempre buscou tirar as dúvidas de todas as modelos quando entraram na disputa..

“Até o primeiro momento da nossa conversa não foi repassado sobre regras. Ali ainda estava acontecendo uma pré-inscrição e não tinha como passar regulamento porque existe um tempo para a coordenação nacional enviar esse regulamento para gente. Regulamento esse que é revisado a cada ano e junto com ele vem a ficha de Inscrição do candidato. No nosso concurso tem várias categorias: adulto oficial 19 a 26 anos), teen (14 a 18 anos) pré-teen (11 a 13 anos) e Plus size. Como coordenador sempre repassei essas informações no grupo dos candidatos até mesmo respondendo a curiosidade de algumas candidatas que procuram se informar de tudo e a gente tem que está pronto para responder a todas não importa a hora e lugar”, ressaltou.

Naldo ao lado de duas Misses. Foto: Arquivo pessoal

O coordenador do concurso ainda destacou que a candidata está alegando sobre os gastos que teve no concurso. Mas Naldo acredita que tudo se resolve na base do diálogo. “A candidata agora alega que além de perder o título também teve gastos com a aclamação, comprado roupas, sapatos e a viagem até Picos, além da taxa de inscrição que ela chegou a pagar. Durante esse pouco tempo que a candidata teve como Miss Continente Gilbués, ela não teve perdas, só se beneficiou com o título, conseguindo popularidade, parcerias e patrocinadores. Um título de beleza municipal diz muito. Inclusive já solicitamos a conta da candidata para fazer o ressarcimento como prometido e até agora não foi repassado”, frisou.

Naldo finalizou dizendo que todas as medidas necessárias serão tomadas para não prejudicar o andamento do concurso. “Quero deixar bem claro que realizamos sonhos, não estamos aqui para destruir o sonho de ninguém. Nós só trabalhamos com responsabilidade. Nós temos assessoria jurídica que já foram acionados”, finalizou.

 

Compartilhe:

Faça seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos marcados são obrigatórios *