Foto: Lucas Oliveira /

O superintendente do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), médico Paulo Márcio Nunes, destacou que a segunda onda de hospitalizações por infecção do novo coronavírus "não é um problema só de Manaus", mas “um problema do país inteiro”.

“Não estão vindo 30 pacientes. Estão vindo 30 cidadãos, pais de família, mãe de família, filhos, irmãos, que estão deixando as suas casas para cuidar da sua saúde. Eles precisam de suporte de oxigênio e, por isso, como Manaus não tem oxigênio (para tratamento) – o abastecimento de lá se tornou crítico – eles estão transferindo para cá”. 

Os pacientes deverão chegar às 18 horas em um voo da Força Aérea Brasileira. Inicialmente, o desembarque estava previsto para às 13 horas. "A pandemia não é um problema de Manaus, não é um problema de Teresina, não é do Piauí, é do Brasil, do mundo inteiro. A preocupação de leitos é uma preocupação de todos os gestores públicos do Brasil”. 

Planejamento  

O superintendente afirma que o HU está preparado para receber os 30 pacientes transferidos de Manaus (AM) em busca de tratamento contra a Covid-19.  A transferência é um pedido do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

“O Hospital Universitário do Piauí foi convocado para participar desse enfrentamento. Nós já tínhamos feito um planejamento estratégico para enfrentar uma segunda onda (da Covid-19), não fomos pegos de surpresa”, diz. 

Dr. Paulo Márcio fala sobre os leitos.  “Nós não vamos preparar 30 leitos. Nós já temos 30 leitos preparados, dos quais 20 são leitos para UTI (unidade de tratamento intensivo). A orientação que a gente recebeu é de que os pacientes que vão sair de lá estão todos estáveis, mas eles garantem que estão estáveis na saída, a gente não tem total segurança que eles chegarão estáveis aqui”.

Cepa do coronavírus 

Questionado se algum paciente possa ter a mutação do novo coronavírus, que é mais transmissível, o médico disse que os pacientes transferidos estão estáveis. Paulo Márcio explica que os pacientes transferidos ficarão isolados. 

“São pacientes estáveis, eles estão sem transferidos por segurança. Os pacientes que eventualmente tenham alguma cepa mais violenta, mais agressiva, esses pacientes estão graves, que não é o caso.  Estão vindo pacientes estáveis que precisam terminar os seus tratamentos”. 

Atualizada às 14h30

 

HU reduzirá atendimento

O superintendente do Hospital Universitário, médico cardiologista Paulo Márcio, ligou para o governador Wellington Dias (PT) no início da tarde desta quinta-feira (14) para solicitar apoio e o envio de mais respiradores e mais monitores para unidade, que vai receber 30 pacientes Covid oriundos da cidade de Manaus (AM). O médico informou ainda que atendimentos no HU como consultas, cirurgias e exames serão reduzidos. 

A ideia de acordo com o superintendente é que haja uma espécie de reserva técnica para garantir o atendimento caso o estado de saúde de algum dos pacientes venha a se agravar.

"Na verdade, eu tenho 20 leitos de UTI e disse ao governador que está chegando 30 pacientes de enfermaria. Caso a gente precise de mais leitos de UTI e mais equipamentos, eu queria deixá-lo preparado para uma solicitação. Ele disse que se precisamos de respiradores a mais ou monitores, a Secretaria de Saúde está  equipada e pronta para atender a solicitação", explicou.

Atendimentos

O superintendente do HU também informou que os atendimentos ficarão reduzidos na unidade nas primeiras 48 horas após a chegada dos pacientes de Manaus.
O desafio dado a mim é de garantir que dentro do hospital existam dois hospitais. um hospital voltado para atendimento Covid, separado, isolado e totalmente independente de um outro hospital não Covid, onde cirurgias possam ser feitas e atendimentos ambulatoriais sejam prosseguidos. É natural que nas primeiras 48 horas, a decisão foi reduzir esse quantitativo de atendimentos não Covid para ser feita a entrada, recepção e adequado acolhimento dos pacientes que chegarão", disse.

 


Carlienne Carpaso e Natanael Sousa
redacao@cidadeverde.com 

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