Um exemplo para o Brasil
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<div align="left">Temos assistido, nos últimos anos, a um progressivo aumento da consciência em relação aos direitos das pessoas com deficiência física, o que se traduz numa série de ações de caráter legal e prático que favorecem e estimulam a inclusão dessas pessoas nos diversos setores da sociedade. Seja observando-se a crescente inserção no ambiente de trabalho, seja a preocupação em se garantir o acesso e a mobilidade em edifícios e nas vias públicas, parece evidente que os portadores de deficiências vêm garantindo, de forma irreversível, o respeito a seus legítimos direitos.</div>
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<div align="left">Outro fenômeno igualmente animador, embora ainda menos freqüente, é a compreensão de que o atendimento dessas pessoas, com necessidades específicas, deve envolver os segmentos público, privado e o terceiro setor. Os números que dimensionam a demanda explicam, por si, a impossibilidade de que esse trabalho seja de responsabilidade única de um desses três agentes. De acordo com os dados do Censo de 2000 realizado pelo IBGE, cerca de 14,5% da população brasileira – à época constituída por aproximadamente 170 milhões de pessoas – é portadora de alguma deficiência. De acordo com estimativas do próprio IBGE, em 2008 a população do país seria superior a 193 milhões de habitantes. Se o percentual permanecer o mesmo, é possível supor que 30 milhões de brasileiros possuam hoje algum tipo de deficiência.</div>
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<div align="left">Oferecer um atendimento de qualidade e com a dignidade que essa significativa parcela da população precisa e merece não pode ser tarefa exclusiva dos órgãos públicos. É necessário conjugar esforços e integrar as ações para potencializar os resultados alcançados. Pelo histórico de trabalho desenvolvido pela AACD posso afirmar, com total convicção, que o desenvolvimento de ações conjuntas, feitas a partir de um planejamento que leve em consideração as habilidades e particularidades de cada um dos envolvidos, proporciona resultados altamente benéficos e consistentes.</div>
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<div align="left">O Complexo Estadual de Reabilitação em Saúde e Educação Daniely Dias, em Teresina, Piauí, é um excelente exemplo da eficácia desse modelo. Fruto de uma iniciativa que envolveu o governo do Estado, Governo Federal, a AACD e uma organização social que congrega o trabalho de voluntários, esse Centro pode ser considerado um dos melhores do País na reabilitação de pessoas portadoras de deficiência física. Para a sua concretização, cada parte cumpriu com responsabilidade o seu papel. O governo do Estado em parceria com o Governo Federal implantou a unidade, a AACD forneceu todo o seu know how para a formação e treinamento dos profissionais e o CEIR responde pela gestão do Centro.</div>
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<div align="left">A multiplicação de iniciativas como essa é, no meu entender, o caminho mais viável para atendermos, de forma consistente, a demanda por serviços de alcance social. Não se trata de uma opinião baseada em conceitos teóricos, mas sim uma convicção criada a partir da observação de resultados inquestionáveis alcançados pela organização. Fórmula, aliás, que pode ser aplicada a todas as áreas sociais, como educação, preservação do meio ambiente e demais segmentos da saúde.</div>
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