.

.

/

<div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">A morte &eacute; o fim de um ciclo de vida individual, algo pr&oacute;prio da condi&ccedil;&atilde;o humana e animal em geral. No caso humano, ela &eacute; intensamente vivida sob a forma de uma ang&uacute;stia diante da finitude, o que d&aacute; ensejo a concep&ccedil;&otilde;es religiosas prometendo outra forma de vida, a da beatitude diante de Deus. Estabelece-se assim, religiosamente, um nexo entre o finito e o infinito, o temporal e o eterno, mesmo sob o imp&eacute;rio do t&eacute;rmino das condi&ccedil;&otilde;es de vida terrenas.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">No caso de l&iacute;deres totalit&aacute;rios, o dirigente-mor &eacute; investido de um manto de eternidade, no qual se terminam identificando a sua pessoa f&iacute;sica, mortal, com a pol&iacute;tico-jur&iacute;dica, avessa a qualquer forma de temporalidade e finitude. Na pessoa do l&iacute;der totalit&aacute;rio se confunde a sua vida com a do seu regime pol&iacute;tico, como se sua morte equivalesse &agrave; morte do regime nele identificado. O medo de seus herdeiros e disc&iacute;pulos &eacute; que com o fim da vida do l&iacute;der m&aacute;ximo esteja sendo sinalizado, se n&atilde;o concretizado, o fim de sua forma de exerc&iacute;cio do poder.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">O segredo &eacute; a forma dada a essa doen&ccedil;a totalit&aacute;ria. Os &quot;companheiros&quot; temem, antes de mais nada, a transpar&ecirc;ncia, pois ela seria uma maneira de tornar p&uacute;blico o que est&aacute; acontecendo. Dirigentes totalit&aacute;rios abominam, sobretudo, a presta&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica de contas de suas a&ccedil;&otilde;es, pois execram a democracia baseada na liberdade de imprensa e dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o, assim como o exerc&iacute;cio de Poderes Legislativo e Judici&aacute;rio aut&ocirc;nomos e independentes. A &quot;Suprema&quot; Corte venezuelana &eacute; &quot;m&iacute;nima&quot;, sendo nada mais que uma porta-voz do supremo Hugo Ch&aacute;vez.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">A doen&ccedil;a de Ch&aacute;vez&nbsp;um exemplo particularmente elucidativo de sua natureza totalit&aacute;ria. Acometido de c&acirc;ncer, optou pelo segredo de Estado e por se tratar em Cuba, pa&iacute;s sem nenhuma capacita&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica para esse tipo de tratamento. Entre sua vida pessoal e a preserva&ccedil;&atilde;o do regime, escolheu esta &uacute;ltima. Diante da morte, seu maior medo &eacute; a presta&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica aos cidad&atilde;os de seu pa&iacute;s, que t&ecirc;m todo o direito de saber o que est&aacute; acontecendo com seu presidente.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Em vez disso, os cidad&atilde;os venezuelanos e a opini&atilde;o p&uacute;blica mundial t&ecirc;m direito aos &quot;comunicados&quot; lidos por lideran&ccedil;as chavistas, que est&atilde;o comprometidas com a mentira, e n&atilde;o com a verdade. Acreditar nas &quot;informa&ccedil;&otilde;es&quot; chavistas equivale a acreditar na exist&ecirc;ncia de vida na Lua.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">A melhor analogia cab&iacute;vel no caso seria compar&aacute;-las com a doen&ccedil;a - e morte - de Stalin, tamb&eacute;m tratada sob o maior sigilo. Ademais, o l&iacute;der sovi&eacute;tico tinha tanto medo de sua morte, digamos, pol&iacute;tica que os mais pr&oacute;ximos, quando de sua &uacute;ltima crise, temiam chamar m&eacute;dicos e tocar no seu corpo. O maior segredo consistia na doen&ccedil;a do l&iacute;der totalit&aacute;rio, considerado em sua &quot;imortalidade&quot; e &quot;onisci&ecirc;ncia&quot;.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Ali&aacute;s, Stalin deve estar ruborizado com a falta de tato de seus disc&iacute;pulos bolivarianos. N&atilde;o conseguem nem mesmo respeitar a Constitui&ccedil;&atilde;o por eles mesmos elaborada nos m&iacute;nimos detalhes. Fazem uma coisa e dizem outra, quando n&atilde;o dizem coisas distintas e contradit&oacute;rias entre si. Deve o finado l&iacute;der sovi&eacute;tico estar pensando que bolchevismo em Rep&uacute;blica de bananas n&atilde;o pode mesmo dar certo!</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">At&eacute; para mentir eles s&atilde;o incompetentes. Para justificar suas a&ccedil;&otilde;es, suas apari&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas s&atilde;o equivalentes a uma &oacute;pera-bufa. Considerar, por exemplo, a posse do presidente para novo mandato, na data aprazada, como uma mera &quot;formalidade&quot; significa dizer que toda a Constitui&ccedil;&atilde;o &eacute;, na verdade, uma mera formalidade. Formalidade essa que ser&aacute; seguida ou n&atilde;o conforme os dirigentes totalit&aacute;rios assim o decidirem.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Nesse contexto, a ida do assessor para Assuntos Internacionais da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica brasileira a Cuba para se inteirar da sa&uacute;de de Ch&aacute;vez e se informar das condi&ccedil;&otilde;es de sua sucess&atilde;o adicionou um toque de rid&iacute;culo ao que j&aacute; &eacute;, de per si, hilariante. Voltou afirmando a &quot;constitucionalidade&quot; da viola&ccedil;&atilde;o constitucional em curso na Venezuela.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Inteirar-se da constitucionalidade de uma medida com Fidel e Ra&uacute;l Castro e com o vice-presidente venezuelano, Nicol&aacute;s Maduro, equivale a diagnosticar uma doen&ccedil;a com curandeiros ou m&aacute;gicos. Os irm&atilde;os Castro nem sabem o que significa uma Constitui&ccedil;&atilde;o, t&ecirc;m um desconhecimento e desprezo total pelo Estado Democr&aacute;tico de Direito. Os bolivarianos s&atilde;o seus pequenos aprendizes, embora o dano causado por eles seja enorme. S&atilde;o pequenos em estatura pol&iacute;tica e moral, por&eacute;m grandes em seus malfeitos.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Por muito menos o Paraguai foi suspenso do Mercosul, por n&atilde;o ter, supostamente, obedecido &agrave; &quot;cl&aacute;usula democr&aacute;tica&quot; em vigor no correspondente tratado. Tal a&ccedil;&atilde;o, liderada por Ch&aacute;vez e orquestrada por Maduro, contou com todo o aval e o apoio do governo brasileiro.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Acontece que, no caso paraguaio, a Constitui&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s foi plenamente respeitada, enquanto no venezuelano ela est&aacute; sendo claramente pisoteada. Por um m&iacute;nimo de coer&ecirc;ncia, o Brasil deveria propor a suspens&atilde;o da Venezuela do Mercosul, visto o absoluto desrespeito &agrave; sua pr&oacute;pria Constitui&ccedil;&atilde;o. O que acontece, por&eacute;m? O governo d&aacute; mais uma vez aval &agrave; subvers&atilde;o democr&aacute;tica chavista.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Hugo Ch&aacute;vez entre a vida e a morte. Se constitucionalmente caberia estabelecer se sua aus&ecirc;ncia &eacute; tempor&aacute;ria ou permanente, tal diagn&oacute;stico s&oacute; poderia ser feito por uma junta m&eacute;dica independente e agindo por motivos cient&iacute;ficos. Em vez disso, temos os &quot;comunicados&quot; bolivarianos que usam a mentira como instrumento de governo. Uma junta m&eacute;dica independente poderia dar transpar&ecirc;ncia a um processo pol&iacute;tico desse tipo. Contudo o que mais temem os totalit&aacute;rios &eacute; a verdade.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Enquanto isso, atabalhoadamente resolvem seus conflitos e disputas internas de poder estabelecendo as condi&ccedil;&otilde;es de manuten&ccedil;&atilde;o de um regime que vive da figura de seu l&iacute;der m&aacute;ximo. Ganham tempo tratando politicamente da doen&ccedil;a de Ch&aacute;vez. D&atilde;o um golpe na Constitui&ccedil;&atilde;o por eles mesmos elaborada e tipicamente, seguindo a cartilha totalit&aacute;ria, acusam os outros de estarem tramando um golpe.</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">A explora&ccedil;&atilde;o totalit&aacute;ria da doen&ccedil;a n&atilde;o tem limites!</span></div> <div style="text-align: justify; background: white"><span style="color: black; font-size: 10pt">Picos - PI,&nbsp;25/03/2014</span></div> <div style="margin: 0cm 0cm 10pt"><span style="line-height: 115%; font-size: 10pt">David&nbsp;- Eletrobr&aacute;s &ndash; Picos - PI</span></div>
Compartilhe:

Faça seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos marcados são obrigatórios *