Toc... Toc... Toc

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<div style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt"><span style="line-height: 115%; color: #666666; font-size: 10pt">R&eacute;cem separado, morava na rua s&atilde;o Jos&eacute;, 1&ordm;. andar. Era companheiro de apartamento do professor Fl&aacute;vio, colega de faculdade que me amparou, naquele momento dif&iacute;cil. Moramos juntos uns seis meses, cada um no seu quarto, claro. Diariamente era acordado por um toc...toc...toc,vindo do apartamento do 2&ordm; andar. Era surpreendente, todos os dias no mesmo hor&aacute;rio, da mesma forma. Toc...toc...toc e descia escada abaixo. Depois de v&aacute;rios dias ouvindo o mesmo&nbsp;toc...toc...toc e, claro, acompanhando com o subconsciente. Naquela oportunidade imaginava coisas, pessoas, etc. Aquilo,o toc...toc...toc me incomodava e chamava a aten&ccedil;&atilde;o, acompanhava diariamente o toc...toc...toc , inclusive sua descida. J&aacute; estava se transformando em uma doen&ccedil;a, a curiosidade era grande. Queria saber quem era, o que fazia, como era. Todos os dias, dia ap&oacute;s dia, l&aacute; estava o toc...toc...toc e as minhas imagina&ccedil;&otilde;es. Resolvi ent&atilde;o acompanhar com mais aten&ccedil;&atilde;o o toc...toc...toc e inclusive a sua descida e a passagem pela minha porta, faltava-me coragem de abrir a porta, voltava ent&atilde;o as imagina&ccedil;&otilde;es, vi uma mulher elegante, bonita, com passos de modelo, apesar de apressados, vi com desconfian&ccedil;a passos mais firmes, apesar de afeminados. Busquei coragem, mas n&atilde;o consegui, tinha medo da decep&ccedil;&atilde;o. Os meses se passaram, Fl&aacute;vio casou, fui morar com outro amigo, o C&iacute;cero e ficaram somente as imagina&ccedil;&otilde;es do toc...toc...toc. Era 2004.</span></div> <div style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt"><strong><em><span style="line-height: 115%; font-size: 10pt">*&Eacute; professor e jornalista. Presidente de Academia de Letras da Regi&atilde;o de Picos.</span></em></strong></div>
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