STJ coloca vice-prefeito Francimar em liberdade
Francimar estava preso no quartel do 4º BPM, em Picos. / Foto: reprodução
<div align="justify">O Superior Tribunal de Justiça julgou ontem, 30, habeas corpus impetrado pela defesa do vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira, acusado de ser o mandante da morte do ex-vereador Emidio Reis, crime que causou grande repercussão em todo o estado.</div>
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A Sexta Turma do Tribunal não conheceu do habeas corpus (não admitiu, não foi recebido para discussão do mérito), no entanto, concedeu, por maioria, ordem de ofício determinando a soltura de José Francimar Pereira. Dois telegramas judiciais foram enviados na noite de ontem às 20h23min, para o Tribunal de Justiça do Piauí e para a 5ª Vara da Comarca de Picos.</div>
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José Francimar Pereira, no entanto, poderá ser preso novamente, já que o <a target="_blank" href="http://www.gp1.com.br/noticias/acusados-da-morte-de-emidio-reis-vao-a-juri-popular-em-julho-396719.html"><strong><span>seu </span></strong>julgamento pelo Tribunal Popular do Júri está marcado para o próximo 26 de julho</a>, a partir da 09h30min, no Fórum da cidade de Picos . A sessão será presidida pela juíza Nilcimar Rodrigues de Araújo, da 5ª Vara Criminal.</div>
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<div align="justify"><strong>Os acusados e a pronúncia</strong></div>
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<a target="_blank" href="http://www.gp1.com.br/noticias/vice-prefeito-de-sao-juliao-acusado-de-mandar-matar-emidio-reis-comandava-organizacao-criminosa-292826.html"><strong><span>José Francimar Pereira</span></strong></a>, atual vice-prefeito do município de São Julião, foi pronunciado e será julgado por homicídio quadruplamente qualificado (mediante pagamento, motivo fútil, por meio cruel e a traição) e ocultação de cadáver.</div>
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Antônio Sebastião de Sá, será julgado por homicídio quadruplamente qualificado, envolvendo a mesma vítima, sequestro, ocultação de cadáver, resistência e porte ilegal de arma de fogo, artigo 121 § 2º, I, II, III e IV, art. 148, § 2º e artigo 211, na forma do artigo 29, art. 329, todos do Código Penal e artigo 14 da Lei 10.826/2003.</div>
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<a target="_blank" href="http://www.gp1.com.br/noticias/policia-civil-prende--pistoleiro-foragido-no-para-acusado-de-atirar-no-ex-vereador-emidio-reis-296573.html"><strong><span><br />
Valter Ricardo da Silva</span></strong></a>, será julgado por homicídio quadruplamente qualificado, envolvendo a mesma vítima, sequestro, ocultação de cadáver, artigo 121 § 2º, I, II, III e IV, 148, § 2º e artigo 211, na forma do artigo 29, todos do Código Penal.</div>
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Os três réus recorreram da decisão de pronúncia e após o julgamento dos recursos em sentido estrito e o transito em julgado, os autos retornaram a Comarca de Picos em 22 de abril de 2016.</div>
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<strong>Entenda o caso</strong></div>
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Emídio Reis foi assassinado porque ameaçava a estabilidade do grupo político liderado pelo prefeito Zé Neci (PT) e pelo vice, José Francimar Pereira (PP). Logo após as eleições de 2012, a vítima protocolou denúncias contra os gestores na Justiça Eleitoral, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Federal. Essas ações, se procedentes, poderiam custar os mandatos de Zé Neci e Francimar.</div>
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Os primeiros rumores de que a vida do ex-vereador estava ameaçada datam desse mesmo período. “Durante a investigação, várias testemunhas relataram, em sigilo, que Emídio estava sendo ameaçado”, afirmou o delegado Luccy Keyko Leal Paraíba, que presidiu o inquérito que investigou a morte do ex-vereador.</div>
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<div align="justify">O delegado informou ainda que a morte do político foi decidida na propriedade Canas, zona rural de São Julião. O prefeito Zé Neci estaria presente, mas não participou ou testemunhou a negociação.</div>
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O vice-prefeito utilizou Joaquim Pereira Neto para intermediar o plano junto ao pistoleiro Antônio Sebastião de Sá, o Antônio Virgílio. Outros dois homens foram convocados para participar do crime: José Gildásio da Silva Brito e Válter Ricardo da Silva. Cada um deles receberia R$ 5 mil, totalizando R$ 15 mil.</div>
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O bando seguiu os passos de Emídio para conhecer sua rotina. Tramaram, inclusive, um encontro casual com a vítima em um restaurante na cidade de Picos.<br />
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Em 31 de janeiro de 2013, dia do crime, os criminosos acompanharam o carro do ex-vereador ao longo da BR-316. Emídio viajava de Picos para São Julião. Em certo ponto, Valter desembarca e pede a carona à vítima. Eles já se conheciam, por isso Reis não desconfiou de nada.</div>
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<div align="justify">Os dois seguiram juntos até a estrada que dá acesso ao município de Alagoinhas, quando Válter pediu para descer. Naquele ponto, os outros membros do bando surpreenderam Emídio Reis. Rendido, a vítima foi levada em seu próprio carro até o local da execução, distante 120 km do local do sequestro.</div>
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Na propriedade rural Lajedo Preto, um local ermo, Emídio foi obrigado a descer do veículo. Em depoimento à Greco, Valtér contou que “o primeiro tiro foi logo para executar”. O delegado Menandro Pedro revelou que Antônio Virgílio disparou a uma distância de pouco mais de 30 centímetros da nuca do ex-vereador. O segundo disparo, afirma o policial, foi efetuado sem que os executores soubessem ao certo onde Emídio havia sido atingido, já que o local estava muito escuro. A bala perfurou a perna da vítima.<br />
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Os executores carregaram o corpo de Emídio por dez metros e cavaram a cova com as mãos e com o auxílio de um pedaço de madeira. “Por isso a cova ter ficado rasa”, disse o delegado Luccy Keyko Leal Paraiba.</div>
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Apesar de ter sido alvejado por dois tiros, Emídio Reis não morreu pelos ferimentos à bala. “Segundo o laudo cadavérico, a causa da morte da vítima foi asfixia, por ingestão de areia. Foi encontrada areia na traqueia da vítima. <a target="_blank" href="http://www.gp1.com.br/noticias/secretario-robert-rios-afirma-que-ex-vereador-encontrado-morto-pode-ter-sido-enterrado-vivo-287877.html"><strong><span>Ele, então, foi enterrado vivo</span></strong></a>”, afirmou o delegado Luccy Keiko Leal Paraiba.</div>
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O vice-prefeito de São Julião, José Francimar, Joaquim Pereira Neto, Antônio Sebastião de Sá, <a target="_blank" href="http://www.gp1.com.br/noticias/acusado-pela-morte-de-emidio-reis-pega-39-anos-de-cadeia-393240.html"><strong><span>José Gildásio da Silva Brito</span></strong></a> e Valter Ricardo da Silva foram indiciados pela morte do ex-vereador Emídio Reis e respondem por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. </p>
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