Novo mínimo ameaça servidores de prefeituras do PI

Novo mínimo ameaça servidores de prefeituras do PI

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<div> <p>Mesmo pequeno, o reajuste do sal&aacute;rio m&iacute;nimo aprovado na noite de quarta-feira (16), pela C&acirc;mara dos Deputados, ter&aacute; um impacto significativo na folha de pagamento dos munic&iacute;pios piauienses. As consequ&ecirc;ncias, conforme adiantou o presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Piauiense de Munic&iacute;pios (APPM), Francisco Macedo, podem recair sobre servidores. A demiss&atilde;o, em alguns munic&iacute;pios, poder&aacute; ser inevit&aacute;vel.</p> <p>O principal argumento do presidente da entidade municipalista &eacute; em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; necessidade de dar cumprimento &agrave; Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A referida lei em seu art. 20, inciso III, limita os gastos com pessoal e seus encargos at&eacute; o limite de 60% da sua Receita Corrente L&iacute;quida (RCL). Segundo c&aacute;lculos da Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional dos Munic&iacute;pios (CNM), o total de munic&iacute;pios que passaria a descumprir a LRF em raz&atilde;o do reajuste do m&iacute;nimo passaria dos atuais 480 para 650,&nbsp; a maioria concentrada nos Estados do Nordeste e Norte do Brasil.</p> </div> <div> <p>No Piau&iacute;, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; semelhante. Mesmo ainda n&atilde;o tendo o n&uacute;mero que o impacto do m&iacute;nimo causaria nas contas das prefeituras, Francisco Macedo explica que a situa&ccedil;&atilde;o dos munic&iacute;pios piauienses j&aacute; &eacute; de dificuldade financeira, causada, sobretudo, pela redu&ccedil;&atilde;o significativa dos recursos oriundos do Fundo de Participa&ccedil;&atilde;o dos Munic&iacute;pios (FPM), principal receita da maioria dos munic&iacute;pios piauienses. &quot;N&atilde;o teremos muitos munic&iacute;pios com dificuldades para pagar o m&iacute;nimo. Mas teremos casos, principalmente porque alguns j&aacute; vinham com dificuldades e a situa&ccedil;&atilde;o se agrava ainda mais&quot;, explicou.</p> <p>Macedo explica que os munic&iacute;pios &quot;j&aacute; operam no vermelho&quot; e a &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o para honrar os compromissos &eacute; cortar gastos e, em alguns munic&iacute;pios, demitir. &quot;A orienta&ccedil;&atilde;o que estamos dando aos gestores &eacute; a mesma: cortar gastos&quot;, comentou. Segundo as previs&otilde;es da CNM, o aumento do m&iacute;nimo para R$545 causar&aacute; impacto de R$ 1,3 bilh&atilde;o para as prefeituras em todo o Brasil. &quot;O aumento do m&iacute;nimo far&aacute; aumentar a despesa, mas as receitas n&atilde;o t&ecirc;m previs&otilde;es de aumentos&quot;, completou.</p> </div> <div>No Estado, o impacto ser&aacute; significativo, mas n&atilde;o ter&aacute; consequ&ecirc;ncias dr&aacute;sticas. Segundo o governador Wilson Martins (PSB), o impacto com a eleva&ccedil;&atilde;o do sal&aacute;rio m&iacute;nimo para R$545 poder&aacute; chegar a R$ 700 mil. &quot;Tem o c&aacute;lculo da folha geral, tem da folha da Educa&ccedil;&atilde;o, que &eacute; separada. Mas a estimativa &eacute; que chegue &agrave; R$700 mil&quot;, adiantou. O secret&aacute;rio estadual de Administra&ccedil;&atilde;o, Paulo Ivan, explicou que os n&uacute;meros reais ainda n&atilde;o foram calculados. &quot;N&atilde;o calculamos ainda porque a defini&ccedil;&atilde;o foi recente&quot;, pontuou. Paulo Ivan, entretanto, descartou que o impacto poder&aacute; causar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e demiss&otilde;es.</div> <div> <p><br /> <strong>Oito deputados do Piau&iacute; votaram a favor do sal&aacute;rio m&iacute;nimo de R$ 545</strong></p> <p>Dos dez deputados federais piauienses, oito votaram a favor da proposta apresentada pelo Governo Federal em rela&ccedil;&atilde;o ao aumento do sal&aacute;rio m&iacute;nimo. Apenas os democratas Hugo Napole&atilde;o e J&uacute;lio C&eacute;sar defenderam um aumento superior, que chegaria a R$560. O valor saltar&aacute; para R$545 e come&ccedil;ar&aacute; a valer a partir do m&ecirc;s seguinte ao de publica&ccedil;&atilde;o da futura lei.</p> </div> <div> <p>O sal&aacute;rio m&iacute;nimo pago atualmente &eacute; de R$540, estipulados por meio de uma medida provis&oacute;ria (n&ordm; 516/2010). E o projeto que eleva para R$545 seguir&aacute; para aprecia&ccedil;&atilde;o no Senado, onde dever&aacute; tramitar em regime de urg&ecirc;ncia antes de ser sancionado pela Presidente Dilma Rousseff (PT). A previs&atilde;o &eacute; que a mat&eacute;ria entrar&aacute; na pauta de vota&ccedil;&otilde;es da pr&oacute;xima quarta-feira.</p> <p>A aprova&ccedil;&atilde;o do m&iacute;nimo no valor desejado pelo Governo foi o primeiro teste da capacidade de negocia&ccedil;&atilde;o da presidente Dilma com a base governista. Foram quase dez horas de negocia&ccedil;&otilde;es e discuss&otilde;es. No Senado, a vota&ccedil;&atilde;o promete ser ainda mais tranq&uuml;ila. O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) destacou que seu posicionamento foi de cumprimento a um acordo firmando entre o Governo e as Centrais sindicais. &quot;O acordo com de fazer uma pol&iacute;tica de valoriza&ccedil;&atilde;o do sal&aacute;rio m&iacute;nimo a longo prazo. Com isso, o valor chegaria &agrave; R$542, e arredondamos para R$545&quot;, explicou.</p> </div> <div> <p>Castro argumentou que o Governo vem cumprindo sua parte e que, romper o acordo as conseq&uuml;&ecirc;ncias futuras poderiam ser piores. &quot;O aumento no pr&oacute;ximo ano dever&aacute; ficar em 17% maior. O ganho que eles n&atilde;o tiveram neste ano, ser&aacute; recompensado no pr&oacute;ximo. Eu acharia justa a proposta de aumentar neste ano e reduzir no pr&oacute;ximo, mas como o Governo alega dificuldades financeiras, que levou cortes no Or&ccedil;amento, n&atilde;o h&aacute; problemas em aumentar em um valor superior no pr&oacute;ximo ano&quot;, avalia.</p> <p>Hugo Napole&atilde;o foi o &uacute;nico da bancada federal do Piau&iacute; que votou pela proposta de aumento do sal&aacute;rio m&iacute;nimo para R$ 600,00, proposta pelo PSDB, mas rejeitada pelos demais parlamentares brasileiros.</p> </div> <div> <p><br /> <strong>Aumento deve passar sem problemas no Senado Federal</strong></p> <p>Se depender da bancada piauiense, o sal&aacute;rio m&iacute;nimo de apenas R$545 passar&aacute; pelo Senado sem grandes atropelos. Os tr&ecirc;s senadores piauienses fazem parte da base governista e j&aacute; adiantaram que seguir&atilde;o a orienta&ccedil;&atilde;o do Governo Federal.</p> </div> <div> <p>Segundo o senador Wellington Dias (PT), a sua posi&ccedil;&atilde;o enquanto parlamentar ser&aacute; de aprova&ccedil;&atilde;o da mat&eacute;ria. O petista argumenta que ao longo do seu mandato, o presidente Lula fez um entendimento com as centrais sindicais de que o aumento do m&iacute;nimo seria gradual. &quot;N&oacute;s temos a responsabilidade de manter a pol&iacute;tica de valoriza&ccedil;&atilde;o do m&iacute;nimo no longo prazo&quot;, defendeu, acrescentando que &eacute; preciso defender a continua&ccedil;&atilde;o do ganho real, que, segundo ele, foi 2009, de 7,2% e de 5,3% em 2010.</p> <p>O acordo feito com as centrais ainda em 2007 prev&ecirc; que, a cada ano, o sal&aacute;rio m&iacute;nimo ser&aacute; reajustado pelo INPC dos &uacute;ltimos 12 meses para corrigir as perdas inflacion&aacute;rias, recebendo um adicional correspondente ao crescimento da economia de dois anos atr&aacute;s. Dias defendeu que seja respeitado o projeto que estabelece a pol&iacute;tica de valoriza&ccedil;&atilde;o do m&iacute;nimo no per&iacute;odo entre 2012 e 2015, que foi uma das pol&ecirc;micas durante a aprova&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara. &quot;Aprovadas as diretrizes a serem seguidas de 2012 a 2015, ser&aacute; poss&iacute;vel, tanto ao setor p&uacute;blico quanto ao setor privado, fazer um planejamento baseado no valor que o m&iacute;nimo atingir&aacute; a cada ano&quot;, argumentou, acrescentando que, em janeiro de 2012, o valor do m&iacute;nimo saltaria para R$616, se observada a corre&ccedil;&atilde;o por uma infla&ccedil;&atilde;o ao redor de 5% mais a varia&ccedil;&atilde;o do PIB de 2010 em 7,5%.</p> </div> <div>Na mesma linha defendida pelo senador petista, o senador Ciro Nogueira (PP) argumentou que o embasamento para a defini&ccedil;&atilde;o do sal&aacute;rio m&iacute;nimo &eacute; de compet&ecirc;ncia do executivo. &quot;&Eacute; o governo que tem o subs&iacute;dio para saber quanto pode elevar os sal&aacute;rios. A proposta apresentada &eacute; dentro de um estudo feito pelo Governo baseado nos recursos que o mesmo tem para pagar&quot;, justificou, adiantando que seguir&aacute; a proposta apresentada pelo Governo, e aprovada na C&acirc;mara Federal, que fixou o valor do sal&aacute;rio m&iacute;nimo em R$545.</div>
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