Teresina é a 2º capital com maior taxa de suicídios
/
<div>Em 10 anos, o Piauí registrou um aumento de 221,7% nos casos de suicídios. É o maior índice da região Nordeste, conforme o Mapa da Violência/2011 feito pelo Ministério da Justiça. Os dados alarmantes registrados somente em Teresina engrossam o percentual do Estado. A capital piauiense é a segunda do país com a maior taxa de suicídios entre a população jovem: 14,4 suicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.<br />
<br />
Os dados da região Nordeste aparecem de forma preocupante, cujos suicídios passaram de 1.049 para 2.109, mais que duplicaram no período ao crescer 109%. Nessa região, três estados, Paraíba, Piauí e Sergipe, mais que triplicam seus quantitativos. Bahia, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte mais que duplicam. Teresina perde apenas para Boa Vista no estado de Roraima que registrou 15,7 suicídios para cada 100 mil habitantes entre a população jovem de 15 a 24 anos. <br />
<br />
Os suicídios juvenis são menos frequentes, no mundo, que os suicídios adultos. Historicamente mais comum entre os idosos, o ato vem crescendo entre pessoas de 15 a 44 anos. No Brasil e no Piauí acontece o contrário. O estudo comparou os dados com 100 países pesquisados e mostra que em 70 deles as taxas de suicídio totais são iguais ou maiores que as juvenis. Para o psiquiatra Assis Barbosa dos Santos Rocha, o suicídio se propaga como ondas, em alguns períodos. Ele afirma que a divulgação de casos "encoraja outros que passam a acreditar que esse ato é a única alternativa". Rocha aponta ainda que 90% dos suicidas estavam com problemas emocionais.<br />
<br />
"E, assim, o suicida que está diante de um problema acha que é um problema insolúvel, interminável e insuportável. Mas, todo problema tem solução, tem uma saída", argumenta. O psiquiatra alerta ainda que as pessoas que passam por problemas emocionais sempre dão "avisos, sinais e demonstrações de que algo não está bem". "O que acontece é que em muitos casos estes sinais, avisos, não são compreendidos pela família, pelos amigos. Mas sempre há sinais", frisa o especialista que é autor do livro "Suicídio e Família: a travessia dos sobreviventes", uma adaptação da dissertação de mestrado do médico, concluída em 2005. "Existe aquela idéia, em alguns casos, de que a pessoa está querendo apenas chamar atenção", afirma. "É preciso levá-la a sério", frisa o psiquiatra. E estender-lhe a mão. Antes que seja tarde.</div>