Sindicalista denuncia abandono da Central de Flagrantes de Picos

Sindicalista denuncia abandono da Central de Flagrantes de Picos

Joel Joaquim dos Santos denuncia descaso das autoridades para com a Central de Flagrantes. / Foto: Jornal de Picos

<div><strong>O</strong> diretor regional do Sindicato dos Policiais Civis do Piau&iacute; (Sinpolpi), Joel Joaquim dos Santos, denunciou o abandono da Central de Flagrantes em Picos e cobrou das autoridades uma provid&ecirc;ncia urgente para o problema, que segundo ele perdura desde a inaugura&ccedil;&atilde;o do pr&eacute;dio localizado nos fundos da Escola T&eacute;cnica Estadual Petr&ocirc;nio Portela (Premen).</div> <div>&nbsp;</div> <div>Al&eacute;m das condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias do pr&eacute;dio, Joel dos Santos critica o baixo contingente de policiais lotados na Central de Flagrantes e denuncia desvio de fun&ccedil;&atilde;o, pois, segundo ele, os servidores estariam custodiando presos e deixando de fazer o servi&ccedil;o espec&iacute;fico de policial civil.</div> <div>&nbsp;</div> <div>&ldquo;N&atilde;o temos contingente nem para suprir a necessidade que &eacute; de incumb&ecirc;ncia do policial civil e, jamais para custodiar presos numa estrutura prec&aacute;ria e insignificante como essa diante de uma superlota&ccedil;&atilde;o tamanha&rdquo;, denunciou Joel dos Santos, acrescentando j&aacute; ter feito of&iacute;cios e encaminhado para as autoridades comunicando a situa&ccedil;&atilde;o prec&aacute;ria, mas nenhuma provid&ecirc;ncia foi adotada at&eacute; o momento.</div> <div>&nbsp;</div> <div>A Central de Flagrantes n&atilde;o &eacute; para custodiar presos, por isso eles n&atilde;o recebem alimenta&ccedil;&atilde;o do estado. Como muitos s&atilde;o de outras comarcas e n&atilde;o t&ecirc;m qualquer contato com os familiares, somente se alimentam quando contam com a solidariedade dos colegas de cela.</div> <div>&nbsp;</div> <div>&ldquo;Temos um policial e um escriv&atilde;o no plant&atilde;o de 24 horas fazendo a vez de agente penitenci&aacute;rio, a&iacute; fica o servi&ccedil;o de pol&iacute;cia judici&aacute;ria sem fazer, pois estamos nessa outra incumb&ecirc;ncia, um desvio de fun&ccedil;&atilde;o&rdquo;, denunciou Joel dos Santos, explicando que l&aacute; deveria ser feito apenas o flagrante e, imediatamente o autuado transferido para a penitenci&aacute;ria ou para uma casa de cust&oacute;dia.</div> <div><strong>&nbsp;</strong></div> <div><strong>Estrutura</strong></div> <div><span>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div> <div>O sindicalista disse que a estrutura do pr&eacute;dio &eacute; prec&aacute;ria, tanto a instala&ccedil;&atilde;o el&eacute;trica, como hidr&aacute;ulica e a base. O piso da delegacia fica bem mais baixo do n&iacute;vel da rua, por isso quando chove a &aacute;gua transborda e invade as celas, a cozinha, enfim, todas as depend&ecirc;ncias. &ldquo;&Eacute; a maior podrid&atilde;o do mundo, da &uacute;ltima vez que choveu foi obrigado a abrir uns buracos para escoar a &aacute;gua. Qualquer chuva inunda tudo, n&atilde;o tem a menor condi&ccedil;&atilde;o de funcionar&rdquo;, alertou.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Joel dos Santos disse ainda que as celas s&atilde;o uns verdadeiros cub&iacute;culos, medem quatro metros por quatro e abrigam em m&eacute;dia de 12 a 13 detentos. &ldquo;N&atilde;o tem banho de sol, a instala&ccedil;&atilde;o hidr&aacute;ulica n&atilde;o funciona e por isso fica amontoando os dejetos, a maior podrid&atilde;o. N&atilde;o tem como dormir, ficam uns por cima dos outros&rdquo;, denunciou.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Como a instala&ccedil;&atilde;o hidr&aacute;ulica n&atilde;o funciona n&atilde;o tem &aacute;gua para os presos tomarem banho. &ldquo;A gente coloca mangueiras em torneiras do lado de fora e puxa a mangueira para dentro das celas para eles se banharem, um absurdo, um risco para a integridade f&iacute;sica, pois um preso pode usar a mangueira para cometer suic&iacute;dio ou ceifar a vida de um colega por enforcamento&rdquo;, preveniu.</div> <div><strong>&nbsp;</strong></div> <div><strong>Direitos humanos</strong></div> <div><strong>&nbsp;</strong></div> <div>Apesar de terem conhecimento da situa&ccedil;&atilde;o as autoridades n&atilde;o tomam nenhuma provid&ecirc;ncia, assim como a Comiss&atilde;o de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil &ndash; OAB subsec&ccedil;&atilde;o de Picos, que, segundo Joel dos Santos, nunca fez sequer uma visita a Central de Flagrantes, mesmo sabendo de tudo o que se passa l&aacute;.</div> <div>&nbsp;</div> <p>Para Joel dos Santos, existe outro fator ainda mais grave e que vai de encontro &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o. Na Central de Flagrantes de Picos ficam juntas na mesma cela pessoas que cometeram pequenos delitos, como, por exemplo, os flagrados na lei seca, com criminosos de alta periculosidade como estupradores, assaltantes, traficantes de drogas e ladr&otilde;es acostumados a cumprir penas. &ldquo;&Eacute; um constrangimento, mas, infelizmente, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; essa&rdquo;, concluiu.</p>
Compartilhe:

Faça seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos marcados são obrigatórios *