Interditada pela justiça Central de Flagrantes de Picos continua funcionando
Apesar de Interditda Central de Flagrantes de Picos permanece funcionando. / Foto: José Maria Barros
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<p><strong>I</strong>nterditada por determinação judicial desde o último dia 30 de agosto a Central de Flagrantes de Picos continua funcionando. Existem servidores dando expediente no prédio e presos sendo custodiados, contrariando a decisão do juiz da 1ª Vara da Comarca local, Adelmar de Sousa Martins, para que os bens e serviços públicos desempenhados ali fossem transferidos para outro local.</p>
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<p><strong><em><u><a href="http://www.jornaldepicos.com.br/album_detalhe.php?id=528">CONFIRA AS IMAGENS!</a></u></em></strong></p>
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<div align="justify">A justiça interditou o prédio atendendo uma solicitação do Ministério Público Estadual. Baseado em relatórios da Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e da Defesa Civil do Município, o órgão chegou à conclusão de que o local não tinha mais condições de continuar funcionando.</div>
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<div align="justify">Na Ação Civil Pública interposta pelo MP contra o Governo do Estado e acatada pela justiça, consta que a Central de Flagrantes de Picos deveria permanecer interditada até que fosse providenciada uma reforma no prédio. Isso para que sejam oferecidas todas as condições de trabalho para os servidores e de salubridade para os presos.</div>
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<div align="justify">No último dia 11 de setembro o Delegado Geral da Polícia Civil, James Guerra, esteve em Picos para dar cumprimento à ordem judicial. No entanto, desde então a determinação vem sendo descumprida, tendo em vista que a Central de Flagrantes, mesmo em condições de abandono, continua funcionando, com servidores dando expediente e presos sendo custodiados.</div>
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<div align="justify">A reportagem do JP on line foi até o prédio da Central de Flagrantes na manhã da última quinta-feira, 3 de outubro, e flagrou a presença de servidores dando expediente normalmente e dois presos custodiados. Um dos detidos, inclusive, é uma mulher, que não deveria está lá, pois a cidade conta com uma penitenciária feminina.</div>
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<div align="justify">Elisângela, 21 anos, natural de São Paulo, mãe de uma criança de seis meses de idade, está recolhida a uma das celas da Central de Flagrantes de Picos desde a madrugada de ontem. Ela teria se envolvido em uma discussão em um estabelecimento especializado na venda de espetinhos. A jovem diz que é inocente, foi presa injustamente por policiais militares e por isso processará o Estado logo após conseguir a liberdade.</div>
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<div align="justify">“Estou aqui nesse lugar imundo, dormindo no chão, com a roupa do corpo, sem banheiro, enfrentando um mau cheiro horrível, sem dever nada. Sou inocente. Quando sair vou ingressar na justiça cobrando meus direitos”, anunciou.</div>
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<div align="justify">Foi constatado ainda pela reportagem que após a interdição judicial já teve preso que passou até dez dias recolhido a uma das celas da Central de Flagrantes. “Houve o caso de uma mulher, inclusive, que ficou onze dias recolhida em condições subumanas” contou um policial civil que falou sobre a condição do anonimato.</div>
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<div align="justify"><strong>Reforma</strong></div>
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<div align="justify">A reforma do prédio prometida pelo Delegado Geral da Polícia Civil James Guerra começou na última segunda-feira, 1º de outubro, mas de forma tímida. O serviço é apenas parcial e deverá custar algo em torno de 7 mil reais conforme apurou a reportagem.</div>
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<div align="justify">Funcionários da R. Melo Construtora, empresa responsável pela reforma e com sede em Teresina, disseram que vão fazer apenas a tubulação sanitária e tirar alguns vazamentos que existem desde a construção do prédio. Em seguida, outra equipe se responsabilizará pela pintura.</div>
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<p align="justify">São três funcionários que estão trabalhando na recuperação da tubulação e todos são unânimes em afirmar que o mau cheiro é insuportável. Eles acreditavam que o local estava fechado e não iriam encontrar presos. “Nós comunicamos o fato para direção da empresa, mas nos informaram que não sabiam de nada a respeito”, contou um deles.</p>