Gilmar pede para Janot reavaliar pedido sobre inquérito contra Aécio

Gilmar pede para Janot reavaliar pedido sobre inquérito contra Aécio

Senador Aécio Neves / Folha de São Paulo

<p>Menos de 24 horas depois de autorizar a abertura de um inqu&eacute;rito contra o presidente do PSDB, senador A&eacute;cio Neves (MG), o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes suspendeu o andamento das investiga&ccedil;&otilde;es sobre suspeita de envolvimento do tucano em um esquema de propina na estatal Furnas Centrais El&eacute;tricas.<br /> Ele tamb&eacute;m pediu que o procurador-geral da Rep&uacute;blica, Rodrigo Janot, avalie se h&aacute; realmente a necessidade do procedimento contra o senador.</p> <p>O ministro acatou argumenta&ccedil;&atilde;o da defesa de A&eacute;cio de que n&atilde;o h&aacute; elementos novos que justificam a instaura&ccedil;&atilde;o de um inqu&eacute;rito, j&aacute; que os detalhes que constam na dela&ccedil;&atilde;o do senador cassado Delc&iacute;dio Amaral (sem partido-MS) j&aacute; eram de conhecimento da Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica.<br /> &ldquo;A peti&ccedil;&atilde;o do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investiga&ccedil;&otilde;es ocorreu sem que haja novas provas. Al&eacute;m disso, &eacute; poss&iacute;vel que a manifesta&ccedil;&atilde;o satisfa&ccedil;a as dilig&ecirc;ncias probat&oacute;rias postuladas pelo procurador-geral da Rep&uacute;blica, possibilitando a imediata forma&ccedil;&atilde;o de ju&iacute;zo acerca do destino da investiga&ccedil;&atilde;o, afirmou o ministro.<br /> O suposto envolvimento de A&eacute;cio no esquema de Furnas havia sido mencionado anteriormente pelo doleiro Alberto Youssef em dela&ccedil;&atilde;o premiada. Mas, na &eacute;poca, a men&ccedil;&atilde;o ao tucano foi arquivada a pedido de Janot, que considerou na ocasi&atilde;o que as informa&ccedil;&otilde;es do delator eram insuficientes.&nbsp;<br /> Segundo o&nbsp;<strong>Estado</strong>&nbsp;apurou, a decis&atilde;o de Gilmar pegou integrantes da equipe de Janot de surpresa e foi considerada &quot;inusitada&quot;. Eles argumentam que se o procurador-geral n&atilde;o achasse que a dela&ccedil;&atilde;o de Delc&iacute;dio trouxe elementos novos sobre o caso de A&eacute;cio, ele n&atilde;o haveria pedido a investiga&ccedil;&atilde;o.<br /> A&eacute;cio &eacute; investigado por suposto recebimento de propina de empresas terceirizadas que mantinham contrato com Furnas. A vantagens indevidas seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia, Dimas Toledo, que as repassava para o tucano. Na manifesta&ccedil;&atilde;o de defesa enviada por A&eacute;cio a Gilmar, o senador afirma que o Tribunal de Contas da Uni&atilde;o realizou auditoria nos contratos de terceiriza&ccedil;&atilde;o da companhia e n&atilde;o constatou ind&iacute;cios de desvio. O tucano tamb&eacute;m esclareceu que seu av&ocirc; e o av&ocirc; de Dimas Toledo eram correligion&aacute;rios pol&iacute;ticos, o que explica a amizade das fam&iacute;lias.<br /> <strong>Conta.</strong>&nbsp;Em outra linha da investiga&ccedil;&atilde;o, est&aacute; a suspeita de que recursos il&iacute;citos oriundos do esquema fossem lavados no exterior por meio de uma empresa ligada &agrave; irm&atilde; de A&eacute;cio, bem como pelo envio de valores a conta em Lichtenstein, utilizando o servi&ccedil;o de doleiros.<br /> A defesa de A&eacute;cio alega que essa empresa foi aberta em 1993 e encerrou suas atividades em 1999, e n&atilde;o em 2010, o que faz com que a empresa estivesse fora de atividade na &eacute;poca em que A&eacute;cio &eacute; apontado como benefici&aacute;rio do esquema de Furnas.<br /> Anteontem, o presidente da C&acirc;mara afastado, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tamb&eacute;m passou a ser formalmente investigado por se beneficiar em um esquema em Furnas que funcionava em paralelo ao de A&eacute;cio. O relator do caso &eacute; o ministro Dias Toffoli.<br /> Al&eacute;m do procedimento relatado por Gilmar Mendes, A&eacute;cio &eacute; alvo de um segundo pedido de investiga&ccedil;&atilde;o no Supremo com base na dela&ccedil;&atilde;o de Delc&iacute;dio. Janot pediu para apurar se o tucano agiu durante a CPI dos Correios para beneficiar o Banco Rural. Segundo Delc&iacute;dio, os dados banc&aacute;rios poderiam atingir &ldquo;em cheio&rdquo; o tucano e a seus aliados no esc&acirc;ndalo do mensal&atilde;o.<br /> Delc&iacute;dio na &eacute;poca era o presidente da CPI mista e disse ter &ldquo;segurado a barra&rdquo; para que n&atilde;o viesse &agrave; tona a movimenta&ccedil;&atilde;o financeira das empresas de Marcos Val&eacute;rio no Banco Rural. Tamb&eacute;m s&atilde;o alvo desse pedido de inqu&eacute;rito o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Todos negam as afirma&ccedil;&otilde;es do senador.&nbsp; &nbsp;<br /> Fonte: Estad&atilde;o de 12/05/16</p>
Compartilhe:

Faça seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos marcados são obrigatórios *