Qual é a UESPI que queremos?

Qual é a UESPI que queremos?

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<div> <p>Em reuni&atilde;o do Conselho do Campus de Picos da UESPI, dada no &uacute;ltimo dia 04 de mar&ccedil;o de 2010, ficou decidido que as aulas do pr&oacute;ximo semestre n&atilde;o se iniciar&atilde;o at&eacute; que tenhamos o nosso pr&oacute;prio espa&ccedil;o. O pior de tudo isso n&atilde;o &eacute; pensar que n&atilde;o teremos aula por tantos meses, ou que atrasaremos o semestre dessa ou daquela forma. O pior de tudo isso &eacute; que essa discuss&atilde;o surge em um contexto no qual &ldquo;o nosso pr&oacute;prio espa&ccedil;o&rdquo; est&aacute; colocado em raz&atilde;o de algumas salas de aulas, salas para professores e salas para a biblioteca. Um conjunto esmagado de paredes erguidas as pressas, dispostas em um espa&ccedil;o arranjado conforme a nossa &iacute;nfima capacidade de crescimento horizontal, que resolve a necessidade mais imediata de nos conferir &ldquo;espa&ccedil;o&rdquo;, mas que n&atilde;o resolve a necessidade de construirmos &ldquo;nosso espa&ccedil;o&rdquo;. O pior de tudo isso &eacute; ver a decis&atilde;o de um conselho local da universidade ser simplesmente esquecido, em raz&atilde;o dos atos impostos pela nossa sede em Teresina, e nos vermos tolhidos em nossa decis&atilde;o de &ldquo;discutir os caminhos que pretendemos construir para a nossa universidade&rdquo;.</p> <p>A Universidade, por&eacute;m, &eacute; um local de batalha e constru&ccedil;&atilde;o, ainda que &ldquo;sem local&rdquo;. Ela n&atilde;o &eacute; t&atilde;o somente um espa&ccedil;o formado por salas e lousas. &Eacute; um momento e um estado de esp&iacute;rito constante de marcha em dire&ccedil;&atilde;o ao melhor. &Eacute; respons&aacute;vel pelas grandes inova&ccedil;&otilde;es culturais, cient&iacute;ficas, tecnol&oacute;gicas e intelectuais. Ou deveria ser. &Eacute; o &acirc;mbito no qual desenvolvemos as nossas possibilidades enquanto pessoa humana, no qual nos revoltamos diante da letra fria da Lei e da conduta absolutizante do Estado. Ou ao menos deveria ser. &Eacute; local de luta e combate, regidos pela pluralidade de id&eacute;ias e ideais, de passados e de futuros, determinados pelas rela&ccedil;&otilde;es entre pessoas diferentes, e orgulhosas da sua diferen&ccedil;a. Ou ao menos, deveria ser. No fim de tudo isso, dever&iacute;amos ser muitas coisas, mas ainda que n&atilde;o sejamos nada daquilo que esperam e planejam para n&oacute;s, uma posi&ccedil;&atilde;o &eacute; necess&aacute;ria. &Eacute; necess&aacute;rio que n&oacute;s mesmos nos planejemos e nos projetemos para algo que acreditamos, enquanto pessoas, enquanto indiv&iacute;duos, enquanto diferentes, enquanto iguais, enfim: enquanto Universidade.</p> </div> <div> <p>No &uacute;ltimo ano, tivemos alugadas algumas salas em escolas particulares da regi&atilde;o, e d&aacute;vamos aulas em um espa&ccedil;o que divid&iacute;amos com os estudantes da escola. Como os nossos hor&aacute;rios eram diferentes, foram muitas as vezes que tivemos aulas durante as &quot;festas&quot; da escola, com som alto e etc. Al&eacute;m disso, nas escolas n&atilde;o havia um espa&ccedil;o para os professores, continu&aacute;vamos sem biblioteca, era dif&iacute;cil efetuar a log&iacute;stica para utiliza&ccedil;&atilde;o dos equipamentos da universidade (pois eram duas escolas no centro, salas na UFPI, e etc, todas utilizando o mesmo datashow, retroprojetor, etc. etc.), al&eacute;m de que at&eacute; o lanche era priorizado para os alunos DA ESCOLA. Uma funcion&aacute;ria da UESPI relata que foi lanchar na cantina no hor&aacute;rio de antes do intervalo e a atendente se negou a vender, alegando que &quot;&eacute; preciso garantir primeiro a merenda dos alunos. Depois do intervalo voc&ecirc; volta&quot;.</p> <p>&nbsp;Agora, vimo-nos obrigados a iniciar as nossas atividades em outro ambiente que tamb&eacute;m n&atilde;o &eacute; nosso, de qualquer jeito, e depois de receber dois pareceres do Conselho Estadual de Educa&ccedil;&atilde;o assinalando o N&Atilde;O-RECONHECIMENTO dos cursos de LETRAS e BIOLOGIA da UESPI de PICOS. Como iniciar nossas atividades nessas condi&ccedil;&otilde;es? Os nossos pr&eacute;dios restam esquecidos no nosso quintal, e novamente somos obrigados a procurar um espa&ccedil;o que nos aceite. E frente &agrave; necessidade gritante de material de expediente, suprimentos de limpeza, livros atualizados, m&oacute;veis novos, novos equipamentos, e etc etc etc, &eacute; no m&iacute;nimo imoral buscar a antiga solu&ccedil;&atilde;o, que contempla pagar R$ 12.000,00 (doze mil reais) por m&ecirc;s a institui&ccedil;&otilde;es privadas, perpetuando a situa&ccedil;&atilde;o de completo desamparo pelo qual passa a Universidade Estadual do Piau&iacute;.&nbsp;</p> </div> <div>&nbsp;</div> <div>Por esses e outros motivos, convocamos toda a comunidade uespiana e a sociedade em geral para refletirmos juntos no F&oacute;rum <em>A Universidade que temos e a Universidade que queremos</em>.</div>
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