O governador Wellington Dias anunciou ontem a formação de um grupo de trabalho para planejar o fim gradativo do isolamento social no Piauí, decretado em 16 de março, em função da pandemia da Covid-19.
Ele condiciona a flexibilização da quarentena, no entanto, a dois fatores. O primeiro é que se verifique se o pico da pandemia efetivamente já passou no Estado. O segundo é que o número de casos da doença caia.
Com isso, o Estado terá segurança de que a rede de saúde poderá atender os que precisassem de internação por causa da doença, o que não seria possível se todos corressem para os hospitais ao mesmo tempo.
O governador dispõe de informações indicando que o pico da pandemia será alcançado no Piauí em 15 de maio.
Dez Estados, além de Brasília, já estão flexibilizando o isolamento, permitindo a volta gradual das atividades econômicas por setores.
Ontem, o governador Wellington Dias esteve no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) para doar sangue.
Desde o início da pandemia do coronavírus, o Hemopi apresentou uma queda nas doações.
Nada chegou do Ministério
Wellington participou, na segunda-feira, de uma videoconferência entre os governadores do Nordeste e o novo Ministro de Saúde, Nelson Teich.
Os governadores solicitaram que o Ministério trabalhe de forma integrada com os estados e municípios para combater o coronavírus e defenderam o isolamento social como medida de proteção.
O ministro ouviu todas as manifestações e garantiu que quer manter um fluxo de trabalho contínuo. Pediu que cada estado faça um levantamento do que foi solicitado ao Ministério da Saúde e ainda não foi cumprido. Haverá uma nova conferência na próxima sexta-feira, 24.
O governador disse que nada do que foi prometido pelo Ministério da Saúde para o Piauí chegou até agora. A lista inclui respiradores, Equipamentos de Proteção Individual e leitos.
O fim da quarentena
Quanto ao fim da quarentena, claro que se trata de um aceno do governador para acalmar os ânimos dos que estão estressados com a medida, sobretudo, os empresários.
A pressão contra o isolamento aumentou muito, especialmente depois da prisão truculenta de um pequeno comerciante no Parque Piauí, com repercussão negativa para o governo e a prefeitura.
Na real mesmo, o Governo do Piauí não fez plano nem para o começo do isolamento. Imagine para o fim dele.
Já se passaram quase 40 dias do início da quarentena e o que foi feito efetivamente pelo Estado neste período?
A Secretaria de Saúde informou, por exemplo, na semana passada, que o Piauí dispunha de mais de 700 leitos para pacientes da Covid-19.
Ontem, porém, o governador fazia outra conta, após a conversa dele com o ministro da Saúde: “Para sair mais cedo (do isolamento), precisamos ampliar a capacidade de atendimento. Somos um Sistema Único de Saúde. Queremos alcançar próximo de 600 leitos, entre UTIs e leitos clínicos, juntando público e privado”, frisou, em relação à situação do Estado.
É nessa base que o Piauí enfrenta a pandemia!
Extraido da coluna Zózimo Tavares do Cidadeverde.com