Ex-reitor da Uespi Jonatas Nunes / ..
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<div align="left">O Deputado Marcelo Castro afirmou certa feita, ser a UESPI o patrimônio mais valioso construído pelo Piauí nos últimos vinte anos. <br />
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Com o processo sui generis de desconstrução vivido pela Instituição nos últimos anos, fica difícil para este ilustre Deputado, integrante da chamada base aliada governista, justificar porque a UESPI 2010 é o espantalho da UESPI de oito anos atrás.<br />
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Em várias oportunidades, instado a ocupar a mídia falada e escrita para abordar o assunto UESPI, declinei do convite, deixando o caminho livre para os novos gestores exibirem perante a sociedade o projeto de universidade que diziam ter para o Piauí.<br />
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Estamos em 2010. Quem se der ao trabalho de dar uma “espiada” nos campi e núcleos da UESPI em todo o estado, há de se dar conta do visível sucateamento institucional, acadêmico e administrativo dessa outrora esperançosa Universidade, e a inconformidade de boa parte da população local com seus descaminhos.<br />
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Com efeito, tendo galgado em 2003 o podium da nona maior universidade brasileira em número de alunos (cadastro Unesco/2004), o que teria havido a partir daí? <br />
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Em janeiro de 2003, o Senhor Wellington Dias, empossado Governador do Estado, nomeia uma professora lá das bandas de Picos, para assumir a Reitoria da UESPI, tendo como única credencial ser “petista de carteirinha” e haver votado nele para Deputado Federal em 1998. <br />
Começava aí a marcha da insensatez uespiana.<br />
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A verdade é que a obscura professora de Picos nunca administrou nada nem foi colocada lá para tal mister: a finalidade de sua presença na Reitoria, bem como de quem lhe sucedeu interinamente, era somente “ganhar tempo” para permitir a preparação e ocupação, de forma solerte e insidiosa, do espaço acadêmico e administrativo universitário, por um grupo de “petistas aloprados” inconseqüentes e despreparados.<br />
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Por total desconhecimento da realidade universitária, Wellington Dias abandonou a UESPI nas mãos desse grupo. <br />
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O objetivo propalado por estes “novos gestores” era reduzir o tamanho da UESPI para “melhorar a qualidade”.<br />
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Mero pretexto!!! Este grupo, a bem da verdade, sempre se opôs à diversificação dos cursos da UESPI, sua expansão em Teresina, bem como à interiorização em massa da UNIVERSIDADE.<br />
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Diziam querer uma UESPI grande e forte... Desde que não fosse superior ao alcance da visão deles próprios! Do contrário, correriam o risco de perder o controle da Instituição, e ainda colocariam em jogo suas discutíveis performances acadêmicas.<br />
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Movidos por propósito que hoje convenientemente escondem, desejavam, em verdade, seus integrantes uma UESPI pequena, acanhada, restrita em suas atividades a cinco ou seis cursos de formação de professores, saudosistas de um Centro de Ensino Superior-CESPI, encontrado por mim em janeiro de 1995 literalmente caindo aos pedaços.<br />
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Com um pé atrás e paciência bíblica de Jó, a sociedade piauiense ficou a espera, desde 2003, para ver o que de fato iria acontecer. E o que aconteceu? <br />
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A UESPI/2010 não tem um único curso de mestrado ou doutorado, ao contrário de alguns anos atrás, quando para cá vieram vários destes cursos por meio de convênios interinstitucionais. <br />
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A UESPI/2002, com seus 46 mil alunos, está reduzida a pouco mais de 15 mil, não obstante seus recursos orçamentários dos últimos anos terem sido várias vezes superiores aos de anos atrás, como é fácil se verificar junto à SEFAZ.<br />
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A metade dos Núcleos e Campi da UESPI está esvaziada: Água Branca, Alegrete, Castelo, Fronteiras, Anísio de Abreu, Canto do Buriti, São João do Piauí, Jaicós, Piracuruca, Luzilândia, Colônia do Gurguéia, Simplício Mendes. Outros tantos estão semi-desativados, como os de Curimatá, São Raimundo Nonato, Barras, Valença, Esperantina, Bom Jesus.<br />
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Em nossa gestão, quando da marcha pioneira e vitoriosa da expansão e interiorização da UESPI, movimento precursor da atual caminhada interiorana do CEFET e da UFPI, a oposição pseudopetista alardeava que a instituição “nadava em dinheiro”.<br />
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Bastou, no entanto, estes gestores de araque ocuparem a Reitoria da UESPI, a partir de 2003, para darem início à operação desmonte, já agora sob o pretexto de que a instituição não dispunha de recursos.<br />
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Mudando o discurso de horas antes, passaram a desenvolver na mídia sistemática campanha de desconstrução de um modelo ousado de gestão superior, considerado por eles “politicamente direcionado”.<br />
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Dentre tantas sandices vomitadas na mídia, passaram a execrar o quadro provisório de professores, para eles, “instrumento de politicagem eleitoral da era Jônatas”. <br />
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No entanto, como na estória da cobra que, com excesso de veneno nas presas, começa a morder o próprio rabo, passados oito anos de gestão pseudopetista, os campi/núcleos da UESPI de Valença, União, Simplício Mendes, São João do Piauí, Piracuruca, Pio IX, Pedro II, Paulistana,Oeiras, Luzilândia, Fronteiras, Esperantina, Elesbão Veloso, Curimatá, Barras, Avelino Lopes, Amarante, Altos e Água Branca, até hoje não têm um único professor efetivo! Nenhum servidor efetivo!Todos provisórios! <br />
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Terão estes Campi e Núcleos da Uespi se transformado rapidamente em instrumento de politicagem do PT?<br />
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Espertos, apesar de novatos na arte de se lambuzarem com o mel do poder, o grupo petista uespiano, foi paulatinamente destruindo a UESPI, tendo, no entanto, o cuidado de conservar intactas as duas centenas de cargos DAS criados em nossa gestão, por força dos trinta e sete campi e núcleos e quase três centenas de cursos no interior piauiense. <br />
Desmontavam a UESPI, mas os cargos comissionados, não!<br />
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Estes “novos bárbaros” da educação piauiense, sentindo-se acobertados pelo ocupante-mor do Karnak, acabaram protagonizando na terra mafrense o retrocesso da interiorização uespiana, a batida em retirada da maior jornada de qualificação humana já empreendida no Piauí, quiçá no país.<br />
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Bafejados pelos odores do poder, foram longe demais! Além dos fatos citados acima, acabaram os cursos pré-matutinos, noturnos e seqüenciais. Abandonaram os convênios celebrados com as Universidades de Coimbra e do Porto, em Portugal, com o Grupo de Universidades do Mediterrâneo, os cursos de Doutorado e Mestrado em parceria com Cuba, USP, UnB, UFC, UFPB, UFRPE, entre outras. <br />
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Este o lado mais visível da derrocada uespiana promovida pelo esquadrão anti-Jônatas, como eles mesmos se intitulavam.<br />
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Mais contundente, no entanto, é a perda da visão de futuro da UESPI, promovida por esses guardiões da mediocridade acadêmica!<br />
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Por este novo modelo, a UESPI foi gradativamente deixando de ser a estrada por onde haveriam de passar as gerações do futuro; ficaram para trás as Jornadas Educacionais Interioranas, que reeditavam o heroísmo caboclo das Entradas e Bandeiras do Brasil Colônia, inserindo nosso povo numa nova sociedade – a sociedade que aprende. Uma universidade que em tão pouco tempo, como nenhuma outra, espalhou o combustível do conhecimento e elevou a auto-estima dos piauienses.<br />
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A UESPI havia começado a construir um modelo de sociedade que aprende em massa. Houvesse tido a necessária continuidade, hoje a maioria de nossos professores das redes estadual e municipais de ensino estariam matriculados em cursos de Mestrado e Doutorado interinstitucionais, no Campus mais próximo de seu município, universalizando assim o princípio da Educação Continuada em nível de pós-graduação strictu sensu, como condicionante da melhoria da qualidade.<br />
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Todos os municípios piauienses hoje teriam atividades de extensão em parceria com a UESPI.<br />
Felizmente, não conseguiram destruir tudo. <br />
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Tentaram, sem êxito, desmantelar a FACIME, hoje virtualmente sucateada, o Vestibular Específico, a Faculdade de Direito de Parnaíba, a Faculdade de Odontologia e Enfermagem- FACOE, o Campus do Grande Dirceu, este criado no último semestre de nossa gestão na UESPI, inclusive com a escolha da sede atual após audiência pública com setores da comunidade. A criação do Campus permanente da UESPI na Zona Sul de Teresina, previsto para 2003, foi cancelada pelos novos gestores, e nunca mais se falou no assunto. <br />
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Quem saiu perdendo com isso? Os 80 mil habitantes daquela importante região de Teresina.<br />
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A bem da verdade, diga-se, na insânia predatória medievalesca, foram contidos pelo próprio Governador, que em certa oportunidade lhes teria freado o ímpeto destruidor, dizendo simplesmente: “... o que a UESPI precisa é de choque de gestão...”. <br />
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Em fins do ano passado, em solenidade de Colação de Grau de Curso na UESPI, avaliado pelo MEC o pior do Brasil, após sonora vaia dos concludentes, um professor teria se saído com esta pérola: “... por que somente nosso curso vai pagar por isso?... Se todos os cursos da UESPI também tivessem sido avaliados pelo MEC, o resultado teria sido uma catástrofe pedagógica”.<br />
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Quem responde por tamanho descalabro?<br />
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Muito embora pessoalmente nada tenha contra esse grupo, tanto que nos últimos dois anos consegui direcionar mais de três milhões de reais do Ministério da Ciência e Tecnologia para pesquisa na UESPI, através do PROJETO GERATEC, não valeria a pena aqui citar os nomes deste quinteto de “almas penadas” da odisséia uespiana. <br />
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Esperavam elas, no entanto, contar com a colaboração do prof. Carlos Alberto, o qual já como vice-reitor veio a se desentender e, a tempo, conseguiu pular fora do barco da insensatez, o que lhe rendeu valioso apoio de diferentes setores, dentro e fora da UESPI, na eleição para Reitor do ano passado.<br />
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Resta ver, no entanto, que nem tudo está perdido. Em boa hora, a sociedade piauiense está sentindo que os espaços educacionais abandonados com a batida em retirada da UESPI estão sendo ocupados pela oportuna expansão e interiorização do CEFET e da UFPI. <br />
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<strong>*Professor JÔNATAS NUNES é titular da Academia Piauiense de Letras e da Academia de Ciências do Piauí</strong></div>
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Maria
Portado em 22/12/2010 às 18:49:38
Teoria esta que, vamos lembrar, nos remete ao artigo da Constituição que proíbe a publicidade de obras contendo nomes que caracterizem promoção pessoal. O que também nos remete à inauguração do Campus novo da UESPI em Picos no tempo do governo Mão Santa.