Policial é preso suspeito de torturar e estuprar detentas em Penitenciária Feminina de Picos; delegada fala sobre a investigação

Policial é preso suspeito de torturar e estuprar detentas em Penitenciária Feminina de Picos; delegada fala sobre a investigação

Foto: Antônio Rocha /

A Polícia Civil do Estado do Piauí, através da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Picos (DEAM), cumpriu na tarde desta quarta-feira, 11 de maio, o mandado de prisão preventiva em desfavor de um policial penal identificado pelas iniciais J. P. de O., suspeito de torturar e estuprar detentas na Penitenciaria Feminina Adalberto de Moura Santos, em Picos.

De acordo com informações da Polícia Civil de Picos, o policial penal é lotado na Penitenciaria Feminina de Picos. A PC de Picos acrescentou que a SEJUS, desde que o Inquérito Policial foi instaurado colaborou com as investigações.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 12 de maio, a delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Picos (DEAM), Rubianny Nunes, falou mais detalhes sobre a investigação.

“A investigação durou cerca de 10 meses, quando eu assumir a titularidade da DEAM, em agosto do ano passado, em poucos dias uma das detentas egressa do sistema penitenciário procurou a DEAM, onde registrou um boletim de ocorrência registrando esses fatos, que teria sido vítima de abuso sexual por parte do policial penal”, afirmou.

Delegada Rubianny Nunes

A delegada Rubianny Nunes destacou que quatro detentas realizaram as denúncias. “Durante as investigações conseguimos identificar quatro vítimas e os fatos começaram a ocorrer no início do ano de 2020, então durante esse período ele praticava os abusos durante os plantões dele na Penitenciaria Feminina”, destacou.

A Polícia Civil ainda informou que a DEAM de Picos, por meio dessas e outras ações contundentes, reafirma seu compromisso com a sociedade no combate à violência contra a mulher.

O outro lado

Segundo o presidente da Associação Geral dos Policiais Penais do Piauí, Marcos Paulo, o policial penal está sendo acusado de crimes que ele não cometeu, e que a SEJUS não apurou com clareza as denúncias realizadas.

“Armação criada pelo gestor denunciado que ocupa o cargo ilegalmente, que não atende os requisitos mínimos exigidos pela lei de execução penal, posto e mantido no cargo por indicação política e mesmo estando ilegal permanece. A Sejus através do setor de inteligência não apurou as denúncias realizadas e comprovadas pelo policial penal. Retaliação clara a ele e sua família”, disse.

SEJUS

A Secretaria de Justiça emitiu uma nota afirmando que ainda não foi notificada oficialmente sobre o ocorrido. Confira a nota completa:

"A Secretaria de Justiça informa que, acerca da prisão preventiva de um policial penal, lotado na Penitenciária Feminina de Picos, decretada nesta quarta-feira (11), ainda não foi notificada oficialmente dos fatos. Tão logo seja informada das circunstâncias da ocorrência, tendo em vista as investigações correrem em sigilo, a Sejus se posicionará sobre o episódio e tomará as providências cabíveis", diz a nota da Sejus. 

 

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