Acusado de matar o irmão a pauladas é condenado a nove anos de reclusão

Acusado de matar o irmão a pauladas é condenado a nove anos de reclusão

Sentado, encoberto pela mãe, réu escuta atentamente a leitura da sentença. / J.M

<div align="justify">Submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do J&uacute;ri da Comarca de Picos nesta quinta-feira, 27 de janeiro, o r&eacute;u Cristiano Moura Carvalho, 22 anos, que confessou ter assassinado a pauladas o pr&oacute;prio irm&atilde;o Luciano Moura Carvalho, de 23 anos, foi condenado a nove anos de reclus&atilde;o, mas saiu livre do f&oacute;rum direto para casa em virtude de ter se beneficiado do direito de apelar da senten&ccedil;a em liberdade.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">A sess&atilde;o teve in&iacute;cio &agrave;s 08 horas da manh&atilde; e encerramento &agrave;s 14 horas, e foi presidida pelo juiz de direito da Comarca de Santa Cruz do Piau&iacute; e respondendo pela 4&ordf; Vara de Picos, M&uacute;cio Miguel Meira, tendo como representante do Minist&eacute;rio P&uacute;blico o promotor El&oacute;i Pereira de Sousa J&uacute;nior e na defesa do r&eacute;u o defensor p&uacute;blico Gerv&aacute;zio Pimentel Fernandes.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Segundo os autos do processo, o crime aconteceu por volta das 18h30 do dia 20 de janeiro de 2008, no povoado Tamboril, zona rural de Sussuapara. Luciano Moura Carvalho estava dormindo em um banco de madeira em frente &agrave; resid&ecirc;ncia dos pais, quando foi morto a pauladas pelo irm&atilde;o Cristiano Moura Carvalho.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Ap&oacute;s executar o irm&atilde;o, Cristiano Moura Carvalho fugiu, mas foi localizado e preso cerca de tr&ecirc;s horas depois por uma equipe de policiais militares. Trazido para o distrito ele confessou o crime e alegou que o fez porque apanhava constantemente do irm&atilde;o, que tamb&eacute;m fazia amea&ccedil;as &agrave; sua m&atilde;e e demais familiares.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Durante os debates, o representante do Minist&eacute;rio P&uacute;blico sustentou a tese de homic&iacute;dio qualificado cometido por motivo torpe e sem chances de defesa para a v&iacute;tima. J&aacute; o defensor p&uacute;blico alegou que o crime teria sido cometido por motivo de relevante valor moral, o que foi aceito pela maioria dos membros do conselho de senten&ccedil;a, que desqualificou o crime para homic&iacute;dio privilegiado.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Em fun&ccedil;&atilde;o disso e levando em conta as agravantes e as atenuantes, o juiz M&uacute;cio Miguel Meira fixou a pena definitiva em nove anos de reclus&atilde;o, a ser cumprida, a princ&iacute;pio, em regime fechado. Entretanto, como o r&eacute;u &eacute; prim&aacute;rio, tem bons antecedentes, resid&ecirc;ncia fixa e j&aacute; cumpriu um ter&ccedil;o da pena, o magistrado concedeu o direito de o mesmo apelar da senten&ccedil;a em liberdade e mandou lavrar o alvar&aacute; de soltura de Cristiano Moura Carvalho imediatamente.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Pena justa&nbsp;</strong></div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Para o promotor El&oacute;i Pereira, o j&uacute;ri aconteceu dentro da normalidade e a pena o Minist&eacute;rio P&uacute;blico entende que foi razo&aacute;vel. &ldquo;A condena&ccedil;&atilde;o de nove anos acho que &eacute; proporcional ao crime cometido, por isso n&atilde;o temos a inten&ccedil;&atilde;o de recorrer&rdquo;, anunciou, explicando que em fun&ccedil;&atilde;o de que o r&eacute;u j&aacute; estava preso h&aacute; mais de tr&ecirc;s anos, teve o direito de responder ao processo em liberdade ap&oacute;s interposi&ccedil;&atilde;o de recurso.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">O defensor p&uacute;blico Gerv&aacute;zio Pimentel Fernandes disse que o resultado do j&uacute;ri foi satisfat&oacute;rio, porque o r&eacute;u foi condenado a uma pena proporcional, visto que foi reconhecida pelos jurados a tese levantada por ele, de relevante valor moral, o que desqualificou o crime de homic&iacute;dio qualificado para homic&iacute;dio privilegiado.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">&ldquo;Como ele j&aacute; estava preso h&aacute; mais de tr&ecirc;s anos tem direito a liberdade condicional, ou seja, uma liberdade limitada. Ter&aacute; que comparecer para assinar o livro, n&atilde;o poder&aacute; freq&uuml;entar certos lugares como bares e clubes e, principalmente, n&atilde;o pode cometer nenhum tipo de delito ou crime sob pena de ter a pris&atilde;o preventiva decretada e retornar para o pres&iacute;dio&rdquo;, alertou.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Ele argumentou que levantou a tese de crime cometido por motivo de relevante valor moral levando em considera&ccedil;&atilde;o o que estava nos autos, que mostra que Cristiano Moura Carvalho assassinou o pr&oacute;prio irm&atilde;o porque o mesmo vivia amea&ccedil;ando a m&atilde;e, ele pr&oacute;prio e demais familiares.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">&ldquo;Tudo isso contribuiu para que ele cometesse o crime, o que n&atilde;o justifica, mas alivia a pena, visto que foi condenado por homic&iacute;dio privilegiado. Durante os depoimentos ele confessou o crime, mas foi impelido por esse motivo de ordem moral, que foi justamente o que a v&iacute;tima fazia com a fam&iacute;lia, com ele mesmo e com a pr&oacute;pria m&atilde;e. Por isso acho que foi uma pena justa&rdquo;, completou o defensor p&uacute;blico Gerv&aacute;zio Pimentel Fernandes.</div>
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