Ex-vice-presidente José Alencar morre aos 79 anos

Ex-vice-presidente José Alencar morre aos 79 anos

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<p>O ex-vice-presidente da Rep&uacute;blica Jos&eacute; Alencar , 79 anos, morreu &agrave;s 14h41 desta ter&ccedil;a (29), no hospital S&iacute;rio-Liban&ecirc;s, em S&atilde;o Paulo, em raz&atilde;o de c&acirc;ncer e fal&ecirc;ncia m&uacute;ltipla de &oacute;rg&atilde;os, segundo informou o hospital.</p> <p>Na &uacute;ltima das v&aacute;rias interna&ccedil;&otilde;es, Alencar estava desde segunda (28) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital S&iacute;rio Liban&ecirc;s, em S&atilde;o Paulo, com quadro de suboclus&atilde;o intestinal.</p> <p>O ex-vice-presidente lutava contra o c&acirc;ncer havia 13 anos, mas nos &uacute;ltimos meses, a situa&ccedil;&atilde;o se complicou.</p> <p>Ap&oacute;s passar 33 dias internado &ndash; inclusive no Natal e no Ano Novo &ndash;, o ex-vice-presidente havia deixado o hospital no &uacute;ltimo dia 25 de janeiro para ser um dos homenageados no anivers&aacute;rio de S&atilde;o Paulo.</p> <p><strong> </strong></p> <div align="center"><a title="Morre aos 79 anos Jos&eacute; Alencar (Roberto Stuckert/Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica)" href="http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/03/ex-vice-presidente-jose-alencar-morre-aos-79-anos.html"> <em><img height="161" width="471" title="Morre aos 79 anos Jos&eacute; Alencar (Roberto Stuckert/Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica)" alt="Morre aos 79 anos Jos&eacute; Alencar (Roberto Stuckert/Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica)" src="http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/03/29/alencar_.jpg" id="http://g1.be.globoi.com/photo/62af29db-07dc-4819-9eba-58d5aec62839" /></em></a></div> <p>&nbsp;</p> <div align="center"> <p><em> Ex-vice-presidente da Rep&uacute;blica enfrentava batalha contra o c&acirc;ncer desde 1997.</em></p> <p>&nbsp;</p> </div> <p>A interna&ccedil;&atilde;o tinha sido motivada pelas sucessivas hemorragias e pela necessidade de tratamento do c&acirc;ncer no abd&ocirc;men. No dia 26 de janeiro, recebeu autoriza&ccedil;&atilde;o da equipe m&eacute;dica do hospital para permanecer em casa. No entanto, acabou voltando ao hospital dias depois.</p> <p>Durante o per&iacute;odo de interna&ccedil;&atilde;o, Alencar manifestou desejo de ir a Bras&iacute;lia para a posse da presidente Dilma Rousseff. Momentos antes da cerim&ocirc;nia, cogitou deixar o hospital para ir at&eacute; a capital federal a fim de descer a rampa do Pal&aacute;cio do Planalto com Luiz In&aacute;cio Lula da Silva.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <div align="center"><img height="269" width="436" src="http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/03/28/alencar_lula_marisa.jpg" alt="" id="imagem-galeria" /></div> <p>&nbsp;</p> <p>Ele desistiu ap&oacute;s insist&ecirc;ncia da mulher, Mariza. Decidiu ficar, vestiu um terno e chamou os jornalistas para uma entrevista coletiva, na qual explicou por que n&atilde;o iria &agrave; posse e disse que sua miss&atilde;o estava &ldquo;cumprida&rdquo;. Na conversa com os jornalistas, voltou a dizer que n&atilde;o tinha medo da morte. &ldquo;Se Deus quiser que eu morra, ele n&atilde;o precisa de c&acirc;ncer para isso. Se ele n&atilde;o quiser que eu v&aacute; agora, n&atilde;o h&aacute; c&acirc;ncer que me leve&rdquo;, disse.</p> <p>&nbsp;</p> <div align="center"><img height="260" width="423" src="http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/03/28/alencar_lula_1.jpg" alt="" id="imagem-galeria" /></div> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>No mesmo dia, ele recebeu a vista de Lula, que deixou Bras&iacute;lia logo ap&oacute;s a posse de Dilma.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong><!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-style-parent:""; line-height:115%; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-"Times New Roman";} </style> <![endif]--> </strong></p> <div><strong><strong><span style="color:red">Interna&ccedil;&otilde;es</span></strong></strong></div> <p><strong> </strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>Os &uacute;ltimos meses de Alencar foram de interna&ccedil;&otilde;es sucessivas. Em 9 de fevereiro, ele foi hospitalizado devido a uma perfura&ccedil;&atilde;o no intestino.</p> <p>O ex-vice-presidente j&aacute; havia permanecido internado de 23 de novembro a 17 de dezembro para tratar uma obstru&ccedil;&atilde;o intestinal decorrente dos tumores no abd&ocirc;men. No dia 27 de novembro, foi submetido a uma cirurgia para retirada de parte do tumor e de parte do intestino delgado.</p> <p>Alencar passou alguns dias na UTI Cardiol&oacute;gica e come&ccedil;ou a fazer sess&otilde;es de hemodi&aacute;lise depois que os m&eacute;dicos detectaram piora da fun&ccedil;&atilde;o renal. Em setembro de 2010, foi internado em raz&atilde;o de um edema agudo de pulm&atilde;o.</p> <p>&nbsp;</p> <div align="center"><img height="303" width="489" src="http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/03/28/sirio2.jpg" alt="" id="imagem-galeria" /></div> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>No dia 25 de outubro, voltou ao S&iacute;rio-Liban&ecirc;s ao apresentar um quadro de suboclus&atilde;o intestinal. Dias ap&oacute;s a interna&ccedil;&atilde;o, ainda no hospital, sofreu um infarto no fim da tarde do dia 11 de novembro. Foi submetido a cateterismo, &ldquo;que n&atilde;o mostrou obstru&ccedil;&otilde;es arteriais importantes&rdquo;.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong><!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-style-parent:""; line-height:115%; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-"Times New Roman";} </style> <![endif]--> </strong></p> <div><strong><strong><span style="color:red">Batalha contra o c&acirc;ncer</span></strong></strong></div> <p><strong> </strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>O ex-vice-presidente travou uma longa batalha contra a doen&ccedil;a. Nos &uacute;ltimos 13 anos, enfrentou uma s&eacute;rie de opera&ccedil;&otilde;es e tratamentos m&eacute;dicos. Foram mais de 15 cirurgias. Em abril de 2010, desistiu da candidatura ao Senado para se dedicar ao tratamento do c&acirc;ncer.</p> <p>Desde 1997, foram mais de dez cirurgias para retirada de tumores no rim, est&ocirc;mago e regi&atilde;o do abd&ocirc;men, pr&oacute;stata, al&eacute;m de uma cirurgia no cora&ccedil;&atilde;o, em 2005.</p> <p>&nbsp;</p> <div align="center"><img height="275" width="446" src="http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/03/28/lula_alencar_hospital_1.jpg" alt="" id="imagem-galeria" /></div> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>A maior delas, realizada em janeiro de 2009, durou quase 18 horas. Nove tumores foram retirados. Exames realizados alguns meses depois, no entanto, mostraram a recorr&ecirc;ncia da doen&ccedil;a.</p> <p>Tamb&eacute;m em 2009, iniciou em Houston, nos Estados Unidos, um tratamento experimental contra o c&acirc;ncer. Alencar obteve autoriza&ccedil;&atilde;o para participar, como volunt&aacute;rio, dos testes com um novo medicamento no hospital MD Anderson, refer&ecirc;ncia no tratamento contra a doen&ccedil;a. O tratamento n&atilde;o surtiu o efeito esperado e o ent&atilde;o vice-presidente voltou a fazer quimioterapia em S&atilde;o Paulo.</p> <p>Jos&eacute; Alencar era casado com Mariza Campos Gomes da Silva e deixa tr&ecirc;s filhos: Josu&eacute; Christiano, Maria da Gra&ccedil;a e Patr&iacute;cia.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong><!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-style-parent:""; line-height:115%; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-"Times New Roman";} </style> <![endif]--> </strong></p> <div><strong><strong><span style="color:red">Tratamento no exterior</span></strong></strong></div> <p><strong> </strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>O tratamento experimental nos EUA em 2009 n&atilde;o foi a primeira tentativa de Alencar de obter a cura fora do pa&iacute;s. Ele j&aacute; havia viajado para os Estados Unidos em 2006 para se tratar com especialistas. No ano seguinte, no entanto, os exames mostraram que o c&acirc;ncer havia se espalhado para o perit&ocirc;nio, uma membrana que reveste as paredes do abd&ocirc;men.</p> <p>Iniciava-se, ent&atilde;o, a s&eacute;rie de cirurgias na regi&atilde;o. Em 2008, foram tr&ecirc;s interna&ccedil;&otilde;es. Em janeiro e em julho, exames mostraram uma reincid&ecirc;ncia de tumores abdominais. Em agosto, Alencar come&ccedil;ou tratamento com um novo medicamento, a Trabectedina.</p> <p>Com a sa&uacute;de fragilizada, o ex-vice-presidente tamb&eacute;m foi internado por outros problemas. Em novembro de 2008, durante uma visita a Resende (RJ), teve fortes dores abdominais. O diagn&oacute;stico foi enterite (inflama&ccedil;&atilde;o intestinal). Segundo os m&eacute;dicos, n&atilde;o havia rela&ccedil;&atilde;o com o c&acirc;ncer. Vinte dias depois, ele foi internado novamente, com quadro de insufici&ecirc;ncia renal. Recebeu alta dois dias depois.</p> <p>Sempre bem-humorado nas sucessivas vezes em que deixou o hospital S&iacute;rio-Liban&ecirc;s, chegava a brincar com seu pr&oacute;prio quadro cl&iacute;nico. &quot;Estou melhor do que das outras vezes&quot;, repetia.</p> <p>Ap&oacute;s a maior das cirurgias, em 2009, Alencar saiu do hospital dizendo que n&atilde;o temia a morte. &ldquo;N&atilde;o tenho medo da morte, porque n&atilde;o sei o que &eacute; a morte. A gente n&atilde;o sabe se a morte &eacute; melhor ou pior. Eu n&atilde;o quero viver nenhum dia que n&atilde;o possa ser objeto de orgulho&quot;, afirmou. &ldquo;Pe&ccedil;o a Deus que n&atilde;o me d&ecirc; nenhum tempo de vida a mais, a n&atilde;o ser que eu possa me orgulhar dele.&rdquo;</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong><!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-style-parent:""; line-height:115%; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-"Times New Roman";} </style> <![endif]--> </strong></p> <div><strong><strong><span style="color:red">Problemas de sa&uacute;de &lsquo;paralelos&rsquo;</span></strong></strong></div> <p><strong> </strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>O ano de 2010 come&ccedil;aria com uma boa not&iacute;cia para o ent&atilde;o vice-presidente. O tumor que tratava vinha apresentando redu&ccedil;&atilde;o, segundo o hospital.</p> <p>Alguns meses mais tarde, no entanto, ele come&ccedil;ou a ter problemas de sa&uacute;de &ldquo;paralelos&rdquo; ao c&acirc;ncer.</p> <p>No in&iacute;cio de maio, numa das idas ao hospital para a quimioterapia, apresentou press&atilde;o alta. Exames apontaram isquemia card&iacute;aca e uma &ldquo;obstru&ccedil;&atilde;o grave&rdquo; numa das art&eacute;rias.</p> <p>Alencar ent&atilde;o passou por um cateterismo e uma angioplastia e recebeu um &ldquo;stent&rdquo;, um mecanismo que &ldquo;alarga&rdquo; a art&eacute;ria. No total, ficou nove dias internado.</p> <p>No final do mesmo m&ecirc;s, queixando-se de fadiga, foi internado novamente. Ap&oacute;s exames, o hospital constatou que ele estava an&ecirc;mico e tinha um &ldquo;quadro congestivo pulmonar&rdquo;, consequ&ecirc;ncia da quimioterapia.</p> <p>O tratamento, no entanto, continuava a dar resultados positivos, com a redu&ccedil;&atilde;o dos tumores.</p> <p>No final de agosto, contraiu uma infec&ccedil;&atilde;o, que foi tratada com antibi&oacute;ticos. Ele seria internado novamente poucos dias depois, no in&iacute;cio de setembro, com o diagn&oacute;stico de edema agudo de pulm&atilde;o. Foram mais seis dias no hospital.</p>
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