Recém nascidos da região de Picos não contam com UTI
Hospital Regional de Picos / Arquivo
<p align="justify"><span>Gestantes de pelo menos 59 cidades, que formam a macrorregião de Picos, não possuem assistência de UTI neonatal. A informação é da deputada Belê (PSB), que defendeu na Assembleia Legislativa a descentralização de serviços da saúde e mais recursos para os municípios. Segundo a parlamenta, as gestantes de Picos e das cidades da região, que necessitam de atendimento de UTI são encaminhadas para Teresina porque o Hospital Regional Justino Luz não possui o atendimento especializado a recém nascidos que precisem de uma UTI.</span></p>
<p align="justify"><span><span><span>De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Picos, José Almeida, o Hospital faz mais de 2.500 partos por ano e todos os casos de urgência sempre têm que ser encaminhados para Teresina. “Essa situação já dura muito tempo, temos uma classificação na Secretaria de Saúde que não nos permite ter uma UTI Neonatal, mas atendemos uma população de mais de 500 mil pessoas”, afirma o médico. </span></span></span></p>
<p><span>A deputada Belê disse que toda uma estrutura de equipamentos que serviriam para a implantação de uma UTI Neonatal foram doados para o município pela Fundação Banco do Brasil, mas nunca foram instalados. “Isso já faz quase 10 anos e até hoje nunca funcionou, ainda ontem mesmo uma gestante teve que ser encaminhada para Teresina”, afirmou Belê. </span></p>
<p align="justify"><span>José Almeida reclama que a cidade de Parnaíba tem uma demanda muito menor de atendimentos, mas possui um hospital regional com a classificação Porte 3, que permite a manutenção de estrutura para uma UTI Neonatal. Ele afirma que a culpa do problema de Picos é justamente da representação estadual na Assembleia Legislativa. “Os deputados de Parnaíba brigam para que a região tenha atenção e conseguem, e aqui em Picos creio que é ao contrário, porque tem deputado que se beneficia disso”, acusa José Almeida. Ele disse que o Sindicato pretende encaminhar para a Sesapi (Secretaria de Saúde do Estado) o pedido de mudança de classificação do hospital. “Há muitos anos a demanda de atendimento da cidade de Picos já ultrapassou a classificação de Porte 2”, acrescentou. </span></p>
<p align="justify"><span>Com a mudança de classificação no porte o Hospital passaria a receber mais recursos e teria que aumentar o número de profissionais com a realização de concurso público. Ele disse que hoje mais de 30% dos servidores do quadro do Hospital estão a disposição e não prestam atendimento no Hospital Regional, o que inviabiliza o funcionamento. </span></p>
<div align="justify"><span><strong>Secretaria quer entregar UTI até o final do ano </strong></span></div>
<p align="justify"><span>O assessor técnico da Secretaria de Saúde do Estado, Agenor Lira, disse que o Governo está investindo na reforma do Hospital e que a UTI Neonatal deve ser entregue até o final de 2011. Segundo ele a solicitação de implantação da UTI já foi encaminhada para a Secretaria. Segundo ele o Hospital não tinha classificação para ter uma UTI Neonatal em funcionamento. Além do município de Picos a Secretaria vai ampliar e ou reformar as UTIS Neonatais de vários hospitais regionais a exemplo do Hospital Regional Tibério Nunes em Floriano e do Hospital Regional Chagas Rodrigues, em Piripiri. </span></p>
<p align="justify"><span>“No caso de Floriano já tem a estrutura montada se trata somente da implantação que será realizada no dia 10 de abril”, afirma Agenor. Ele disse que logo depois a Sesapi vaio entregar as UTIs neonatais de Piripiri e do Hospital Regional Deolindo Couto, em Oeiras. Ele afirma que o Hospital Regional Justino Luz é o que tem maior índice de resolutividade entre os hospitais regionais do Estado. </span></p>
<p align="justify"><span>A mudança de porte do Hospital será homologada pela Secretaria somente após a implantação da Policlínica, que vai funcionar em gestão compartilhada pelo Governo do Estado, Prefeitura de Picos e da Ong ProBrasil. “Por conta desse funcionamento a classificação terá que ser modificada, porque a policlínica será de multiespecialidades então tem que ocorrer a mudança de porte”, explicou Agenor. </span></p>
<p align="justify"><span>O Hospital Regional Justino Luz vem passando por problemas sérios há mais de dois anos. No ano passado o CRM (Conselho Regional de Medicina) chegou a pedir a intervenção do Hospital, principalmente por falta de um diretor técnico. A Sesapi realizou processo seletivo para escolher os diretores dos hospitais regionais do Estado com base em critérios técnicos e de curriculares. No caso do Hospital de Picos apenas duas pessoas se inscreveram para a seleção. O Hospital tem 100 leitos e é o principal local de atendimento médico da população da macroregião de Picos tem 59 municípios.</span></p>
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