PROFESSOR, "UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO"
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<div style="line-height: 16px; font-size: 11px"><strong style="line-height: 16px; font-size: 11px">Às vezes, a sociedade cunha uma expressão clichê para algum efeito de apelo, a expressão entre parênteses me parece que quer significar o professor em agonia, abandonado, sem socorro e, até mesmo, que vai desaparecer mesmo. Me perdoe, amigo professor ou internauta, não sou professor em extinção, mas sempre fui explorado nesse serviço e, quando protestava, poderia algum gestor dissimular que só vivia do lado do contra. Não era isso não! Era ter os dois olhos abertos e ter uma postura ideológica contra o mal da educação, a sujeira no ambiente, objetos depredados e à certeza de que nos olhos dos alunos escondia uma agonia, como a gente, porque o conhecimento que ele ia levar só servia para viver com os piores empregos, tão excluídos da sociedade como são os "mestres" com suas apostilas surradas e sua dicção, em sala de aula, a serviço da ideia da quantidade e não da qualidade.</strong></div>
<div style="line-height: 16px; font-size: 11px"><strong style="line-height: 16px; font-size: 11px"> Hoje, dia 14, há em todas as escolas a comemoração do Dia do Professor, mas que comemoração é esta? Ninguém se comemora a ruína e a tristeza, deixemos os bolos enfeitados nas salas e vamos fazer uma festa de protesto junto com os alunos nas ruas ou, ainda, em frente aos palácios suntuosos dos políticos. Assim como os estudantes chilenos este ano fizeram e acrescentaram alguma coisa em seus projetos de vida. O político não gosta de multidão que grite pelos seus direitos, tem medo, é o momento que abalam suas convicções escusas. Triste quem é político nesse País, mas essa éspecie nunca vive em extinção. Que acorda, usa um terno, mesmo nessa quentura infernal do Amazonas, e diz, Vou assinar o meu ponto. Diferente do professor que às vezes usa os três turnos para sobreviver atolado de correções e diários.</strong></div>
<div style="line-height: 16px; font-size: 11px"><strong style="line-height: 16px; font-size: 11px"> Que tristeza é essa em um País como o nosso, professor fazer greve para melhorar o salário e suas condições de vida. A família também não ajuda, pouco aparece na escola, mas dá aos filhos em vez de livros os badulaques da sociedade consumista. A nossa escola é a GENI, do nosso genial Chico Buarque. Todo mundo sacode pedra e bosta, é por isso que é difícil sair da sujeira uma flor de sucesso. Vá ser professor, mas se o amigo não for um sujeito de bom astral, talvez você se suje, é por isso que a sociedade brasileira não vê com bons olhos a escola, porque somos filhos de uma ruína que pulsa nos diários, nos projetos improvisados, no mofo que paira nos livros das biliotecas e num silêncio transcendental, que vem dos fantasmas dela.</strong></div>
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<div style="line-height: 16px; font-size: 11px"><strong>JOÃO PINTO</strong></div>
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Deolinda Marques
Portado em 15/10/2011 às 00:14:08
Quero parabenizar todos os professores do Brasil, que conseguem sobreviver com salário tão baixo. Somos guerreiros e merecemos mais respeito.