A Manoel da Costa Moura: um hino ao autor do hino
Manoel de Piau, também conhecido como Guanamby Sonial / Foto: Jornal de Picos
<div>Dia 5 de julho de 2012, Picos amanheceu mais pobre, pois lhe escapou um bem que jamais será reposto. Não nascerá outro Manoel da Costa Moura, o nosso Guanhamby. Uma pessoa sensível, um presente de Deus em meu caminho.</div>
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<div>Um homem que me fazia rir sempre que nos encontrávamos e conversávamos, porque a sua sabedoria era um estímulo à vida, que provocava uma espécie de ultimato aos sentidos. A visão dos seus interlocutores parecia destravar para o belo que enxergava no bucolismo do Umari, na feira livre de Picos, nas avenidas que se verticalizam, no poético e inspirador Morro da Aerolândia, no anonimato da via pública, onde percebia, sem esforço, personagens magnificamente elaboradas pelo Criador, anjos humanos, criaturas suas, assim como o próprio Guanhamby, seu nome artístico.</div>
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<div>E na dicotomia de instigar o pensamento, hobe deste artista, lembro-me, não faz muito tempo, perguntei a uma amiga pelo nosso amigo comum, Guanhamby, e ela me dizia sobre o avançado estado da doença, embora reconhecida há tanto tempo, pela OMS, ainda tão enigmática à ciência e mal julgada pela sociedade: “alcoolismo não mata o corpo físico, Francelina, apenas mina a alma, tira tudo, mas o corpo parece que é alimentado, porque resiste.” O desfecho talvez seja mais uma lição que o poeta, a duras penas, nos deixa, minha amiga, que quando se tira tudo de um homem como aquele, se tirou a vida, que se foi literalmente na tarde de ontem.</div>
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<div>Ultimamente Manoel de Piau, como era também chamado na intimidade, nos fez introduzir nos risos que sempre furtava bem humorado, elegante e descuidadamente, de cada amigo, também algumas lágrimas da decadência, ao nos deixar escapar marcas inefáveis da debilidade física provocada pela doença que o vitimou.</div>
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<div>O autor do hino de Picos e da maioria dos hinos dos municípios do centro sul do Piauí, revelava grande conhecimento da geografia desse estado, de cada pedra de paralelepípedo de nossas ruas, da paisagem humana, que com o seu fazer, modifica constantemente a paisagem natural. Essa habilidade e percepção fazem dele um hino na história. Um hino modesto a tal maneira que parte de Picos hoje chora a ausência por não ter aproveitado mais a sua invisível presença.</div>
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<div>Tanto que, sempre que revejo este pensamento de Carlitus, meu coração aperta, porque me lembra do que foi, do que sempre será e do que Picos Morreu, (com ele), devendo ao nosso Beija-Flor: “Não preciso ser um gênio para ser humano, só preciso do teu sorriso, <em><strong>amigo e sincero</strong></em>, para ser feliz” (grifo nossos).</div>
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<div>Com estas palavras, escritores, atores, músicos, artistas plásticos e amigos, membros da Academia de Letras da Região de Picos – ALERP; da União Picoense de Escritores – UPE e do Projeto Bar Cultural manifestam votos de pesar à família e reverenciam a memória do nobre poeta, escritor e compositor Manoel da Costa Moura.</div>
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<div>Em nome dos mesmos, subscrevem este artigo:</div>
<div>Francelina Macedo</div>
<div>Heraldo Santos<br />
Sávio Barão</div>
João Erismá de Moura
Portado em 11/07/2012 às 14:18:27
Parabenizo a nossa presidenta da ALERP, Profª Francelina Macedo, pela significativa homenagem prestada ao artista Guanamby Sonial, recentemente falecido. João Erismá de Moura - Brasília-DF.