Olívia Rufino: Poetisa, política e educadora
Olívia Rufino. / Foto: José Maria Barros
<div align="justify"><strong>N</strong>atural do povoado Coroatá, zona rural de Picos, onde nasceu no dia 19 de abril de 1934, Olívia da Silva Rufino Borges é a terceira entre os setes filhos do casal Antonio Rufino da Silva e Benedita Rufino. Chega aos 79 anos de idade realizada na vida. Poetisa, política, educadora, mulher. É dona de uma das trajetórias mais marcantes na comunidade picoense. Em depoimento ao JP, ela fala da infância, da vida pública, da carreira profissional e do gosto pelas artes, principalmente a música e a escrita.</div>
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<div align="justify">Olívia da Silva Rufino Borges casou-se em 1955 com o cabo da Polícia Militar do Piauí, Benjamim Pires Borges, que ao longo da carreira tornou-se tenente-coronel. Da união nasceram seis filhos. Antonio Benjamim, Olivete, Olinta, Átila, Teresina e Olívia Elena. Criou outras cinco filhas alheias, todas casadas, e um garoto de nome Tiago, hoje advogado. Tem doze netos.</div>
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<div align="justify"><strong>Vida pública</strong></div>
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<div align="justify">Olívia Rufino define-se como uma mulher que entrou na política partidária em Picos, terra dos coronéis, como um meteoro. “Entrei e, modéstia à parte, deixei vaga para outras mulheres agora entrarem sem apanhar muito. É verdade que eu bati, mas não foi fácil”, conta.</div>
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<div align="justify">Mulher dedicada vinha de um casamento de doze anos, onde teve seis filhos e foi se libertando aos poucos. “Até os doze anos de casamento eu nem falava muito, pois me casei com um cabo da Polícia, enigmático, diferente, mandão. Muito bom para mim, contando que eu estivesse ali ao lado dele, entendendo o que ele queria que a mulher dele fosse”, lembra Olívia Rufino.</div>
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<div align="justify">Depois de doze anos de casada, mãe de seis filhos, foi estudar e começou a se libertar de uma coisa de cada vez, muito devagar. “Nessa viagem eu fui buscar aquela Olívia que eu havia enterrado lá no passado e como entidade ela tomou posse de novo, se incorporou e comecei a trabalhar e peguei a chave do portão do meu destino. Fui viver a minha vida sem descartar o meu homem”, ressalta.</div>
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<div align="justify">A partir dessa mudança Olívia Rufino afirma que começou a viver realmente o que pensava que era realmente a vida e como devia se comportar uma mulher de vergonha, de respeito, mas com uma língua bem afiada.</div>
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<div align="justify">“Senti bem na pele como é que a gente muda. Em criança ativa, esperta, aos sete anos já sabia lê e escrever. Eu fiz protesto estudantil em Picos, juntamente com Ozildo Albano e outros. Fiz peça teatral, muitas e boas. Estudei cinco anos no Colégio das Irmãs e quase todos os meses apresentava peça lá. Era uma pessoa precoce, mas quando me casei me moldei àquela pessoa com quem me casei. Até que chegou a hora que comecei a me libertar, sem descartar o meu marido, voltar a ser o que era”, relembra.</div>
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<div align="justify">Dona Olívia, como é carinhosamente chamada, afirma que o momento que mudou muito foi quando entrou na política picoense. “Quando comecei a caminhar começaram a querer me barrar. Então, comecei passar ao redor, pelo lado e até por cima se fosse possível. Assisti a minha mudança”, recorda.</div>
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<div align="justify">Olívia Rufino exerceu por 20 anos o mandato de vereadora de Picos. Em três oportunidades eleita e em duas outras como suplente. Sua filha, Teresinha Borges Rufino foi vereadora no período de 1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004, sendo presidente da Câmara nos dois últimos anos do mandato.</div>
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<div align="justify"><strong>Educadora</strong></div>
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<div align="justify">Aluna da Escola Normal e Oficial de Picos, Olívia Rufino formou-se em professora e passou a atuar como educadora. Ao longo dos anos, formou-se em Pedagogia, Geografia e História e aos 73 anos de idade ingressou na Faculdade de Direito, mas cursou apenas um ano em razão de problemas com a visão.</div>
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<div align="justify">Dona Olívia considera como época de ouro da educação picoense o período em que foi fundada a Escola Normal e Oficial de Picos, que contava com uma diretora competente e dedicada, que era Zizi Baldoíno, professores qualificados e reciclados. Ela atuou também na área de educação física.</div>
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<div align="justify"><strong>Poetisa</strong></div>
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<div align="justify">Imortal da Academia de Letras da Região de Picos (Alerp), onde ocupa a cadeira de número 13, cujo patrono é o seu amigo Ozildo Albano, Olívia Rufino escreve desde pequena. Diz que escrevia embolada e tem muita coisa anotada dos casos que ouvia, principalmente de Ozildo Albano, José Nunes de Barros.</div>
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<div align="justify">Apesar da intensa produção literária Olívia Rufino só publicou um livro de prosa e verso, intitulado de “Momentos”, lançado em 1993. Tem outro que está concluindo, cujo nome é: Enquanto houver saudade. As primeiras 80 páginas fala de Ozildo Albano. “Ozildo Albano que eu conheci e vi. Falo sobre ele e eu do lado, pois ouvi o que ele falou, por onde andou, as opiniões”, explica.</div>
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<div align="justify">As demais páginas da obra falam um pouco de outras pessoas, como José Nunes de Barros, Doroteu Neres, Maria de Jesus Martins, Carlos Luís Nunes de Barros, José Néri de Sousa, Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano, só para exemplicar.</div>
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<p align="justify">Na entrevista dona Olívia relembrou a sua infância feliz ao lado dos pais, irmãos, familiares e amigos em Coroatá. Do amor pelos filhos e netos e relembrou tantas outras passagens marcantes de sua vida, mas esses detalhes ficarão para outra reportagem.</p>
cizé
Portado em 28/01/2014 às 01:23:49
D. Olivia, assim como minha professora, fui contemporâneo dos seus filhos " atila, Teresinha,olinta. portanto quero mandar para vcs, um grande abraço e declarar o grande prazer que tive de ter convivido com vcs. ( CIZE)