CCJ do Senado aprova PEC que exige diploma para jornalistas

 CCJ do Senado aprova PEC que exige diploma para jornalistas

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<p><span id="texto_materia">A Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o e Justi&ccedil;a (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a proposta de emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o (PEC) que exige diploma de jornalismo para o exerc&iacute;cio da profiss&atilde;o. O texto acrescenta um artigo na Constitui&ccedil;&atilde;o, exigindo o diploma de curso superior de comunica&ccedil;&atilde;o social, com habilita&ccedil;&atilde;o em jornalismo. Para os colaboradores de opini&atilde;o nos ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o, o diploma n&atilde;o ser&aacute; obrigat&oacute;rio.<br /> <br /> O texto foi apresentado no Congresso Nacional depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), em junho, retirou a obrigatoriedade de diploma para o exerc&iacute;cio da profiss&atilde;o de jornalista.<br /> <br /> A proposta &eacute; do senador Ant&ocirc;nio Carlos Valadares (PSB-SE), que aposta na legalidade do texto, apesar da decis&atilde;o do STF. &quot;N&atilde;o acredito que a proposta venha a ser considerada inconstitucional, porque &eacute; uma situa&ccedil;&atilde;o bastante similar &agrave; PEC da Verticaliza&ccedil;&atilde;o Pol&iacute;tica. Na &eacute;poca, o STF julgou que as alian&ccedil;as entre partidos nos Estados teria de, obrigatoriamente, ser estendida a todo o Pa&iacute;s. Mas, por meio de uma PEC, o Congresso Nacional conseguiu mudar a situa&ccedil;&atilde;o&quot;, disse o senador.<br /> <br /> O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, descartou no final de junho a hip&oacute;tese de o Congresso reverter a decis&atilde;o da Suprema Corte. O entendimento do ministro &eacute; compartilhada pelo presidente da CCJ no Senado, Dem&oacute;stenes Torres (DEM-GO). &quot;As profiss&otilde;es n&atilde;o podem ser regulamentadas, exceto aquelas que exigem conhecimento espec&iacute;fico. O Supremo disse claramente que qualquer profiss&atilde;o que for regulamentada &eacute; absolutamente inconstitucional, implica no cerceamento no direito de express&atilde;o&quot;, disse Dem&oacute;stenes.<br /> <br /> No grupo dos favor&aacute;veis &agrave; PEC do diploma de jornalismo, o senador Efraim Moraes (DEM-PB) disse que outras profiss&otilde;es n&atilde;o aceitam que pessoas sem diploma exer&ccedil;am a profiss&atilde;o. &quot;Eu entendo que nenhuma ordem de advogado v&aacute; aceitar quem n&atilde;o tenha diploma a fazer o exame da ordem. N&atilde;o conhe&ccedil;o nenhum caso de quem tenha carteira de advogado e n&atilde;o tenha conclu&iacute;do nenhum curso&quot;, afirmou.<br /> <br /> Para o senador Valter Pereira (PMDB-MS) o jornalismo &eacute; uma atividade diferenciada e a exig&ecirc;ncia de diploma mant&eacute;m a liberdade de express&atilde;o. &quot;Um pai de santo jamais poder&aacute; exercer a medicina, ent&atilde;o estamos tratando &eacute; do diploma para jornalista, que tamb&eacute;m n&atilde;o ser&aacute; um m&eacute;dico ou advogado sem diploma&quot;, disse.<br /> <br /> &quot;&Eacute; uma PEC que protege a profiss&atilde;o. A minha profiss&atilde;o de engenheiro &eacute; protegida por regras. Agora, para exercer o papel de jornalista, voc&ecirc; tem que ter a prote&ccedil;&atilde;o da Constitui&ccedil;&atilde;o, do diploma&quot;, disse o senador Jos&eacute; Agripino (DEM-RN), que votou favoravelmente &agrave; proposta.<br /> <br /> O presidente da comiss&atilde;o rebateu os argumentos e disse que a situa&ccedil;&atilde;o atual n&atilde;o deve mudar e as faculdades de jornalismo v&atilde;o continuar sendo procurada por interessados na profiss&atilde;o. &quot;Nenhum diplomado corre risco com a n&atilde;o exig&ecirc;ncia de diploma, porque n&atilde;o acredito que &eacute; no banco de uma faculdade que se adquire o conhecimento necess&aacute;rio para qualquer profiss&atilde;o, isso n&atilde;o vai mudar. Mas uma pessoa pode adquirir expertise sem diploma&quot;, afirmou Dem&oacute;stenes Torres.<br /> <br /> A emenda ainda precisa ser aprovada por tr&ecirc;s quintos dos senadores em dois turnos, o que corresponde a 49 dos 81 votos.</span></p>
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