Janot defende que STF derrube liminar sobre impeachment de Temer

Janot defende que STF derrube  liminar sobre impeachment de Temer

Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. / Foto: José Maria Barros

<div align="justify">Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de ontem, 9, o procurador-geral da Rep&uacute;blica, Rodrigo Janot, avalia que &eacute; poss&iacute;vel existir impeachment de vice-presidente da Rep&uacute;blica, mas defende que o plen&aacute;rio da Corte derrube a<a target="_blank" href="http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,marco-aurelio-do-stf-determina-que-cunha-de-continuidade-a-pedido-do-impeachment-de-temer,1851948"> liminar que determinou a abertura do processo de impedimento contra Michel Temer</a>.&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Para Janot, a liminar extrapolou o pedido que chegou ao Tribunal. Al&eacute;m disso, o procurador-geral aponta na pe&ccedil;a diferen&ccedil;a entre a situa&ccedil;&atilde;o da presidente Dilma Rousseff e a situa&ccedil;&atilde;o de Temer com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; edi&ccedil;&atilde;o de decretos que autorizaram a abertura de cr&eacute;dito suplementar - acusa&ccedil;&atilde;o que embasa o pedido de impeachment contra o peemedebista.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A manifesta&ccedil;&atilde;o foi enviada ao gabinete do ministro Marco Aur&eacute;lio Mello, respons&aacute;vel pela decis&atilde;o liminar que determinou h&aacute; cerca de um m&ecirc;s que a C&acirc;mara desse prosseguimento &agrave; den&uacute;ncia contra Temer. O ministro decidiu, na ocasi&atilde;o, que o ent&atilde;o presidente da C&acirc;mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - hoje afastado do cargo - deveria aceitar o pedido de impeachment contra o vice-presidente e determinar a instala&ccedil;&atilde;o de uma comiss&atilde;o especial para analisar o caso.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Pelo entendimento de Janot, a decis&atilde;o de Marco Aur&eacute;lio extrapolou o pedido feito ao STF. O caso sobre o impeachment de Temer foi levado ao Tribunal pelo advogado mineiro Mariel M&aacute;rley Marra, autor do pedido de impeachment contra o vice, inicialmente arquivado por Cunha. &nbsp;Segundo o procurador-geral da Rep&uacute;blica, o pedido liminar feito por Marra era para suspender o andamento do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em raz&atilde;o de suposta conex&atilde;o com o caso de Temer at&eacute; que o Supremo analisasse o m&eacute;rito da quest&atilde;o. O advogado n&atilde;o pediu a continuidade do impeachment contra Temer de forma liminar, diz Janot na pe&ccedil;a.&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&quot;Dado o exposto, com a devida v&ecirc;nia, entende a Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica inadequada a liminar deferida, porque ao Judici&aacute;rio n&atilde;o &eacute; dado conceder liminarmente pedido que n&atilde;o apenas n&atilde;o foi formulado como tamb&eacute;m &eacute; mais extenso em seu alcance do que o pedido principal. Assim, deve ser cassada pelo Plen&aacute;rio da Corte&quot;, escreveu o procurador-geral da Rep&uacute;blica na pe&ccedil;a.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Decretos</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">No pedido de impeachment, Marra argumenta que o vice-presidente da Rep&uacute;blica cometeu crime de responsabilidade e atentado contra a lei or&ccedil;ament&aacute;ria ao assinar, como interino da presidente Dilma, quatro decretos - entre maio e julho de 2015 - que autorizavam a abertura de cr&eacute;dito suplementar sem autoriza&ccedil;&atilde;o do Congresso Nacional e em desacordo com a meta fiscal vigente. O caso foi revelado pelo Estado.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O advogado argumentou que a situa&ccedil;&atilde;o de Temer era &quot;id&ecirc;ntica&quot; &agrave; da presidente Dilma Rousseff. O impeachment da petista &eacute; fundamentado nas chamadas pedaladas fiscais - atraso nos repasses de recursos do Tesouro aos bancos p&uacute;blicos - e tamb&eacute;m na edi&ccedil;&atilde;o de decretos que autorizaram a abertura de cr&eacute;dito suplementar em suposto desacordo com a Lei Or&ccedil;ament&aacute;ria Anual.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">No parecer ao STF, Janot analisa a &quot;simetria&quot; entre a decis&atilde;o de Cunha que determinou a abertura do impeachment de Dilma e a delibera&ccedil;&atilde;o sobre o arquivamento da den&uacute;ncia contra Temer. Segundo o procurador-geral, Cunha adotou &quot;os mesmos crit&eacute;rios&quot; para ambos, mas obteve resultado diferente em raz&atilde;o das datas dos decretos.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O procurador aponta que, diferentemente do caso de Temer, os decretos assinados por Dilma s&atilde;o posteriores ao envio pelo Executivo do projeto de lei que prop&otilde;e a altera&ccedil;&atilde;o da meta fiscal. Para Janot, o PLN 05, de 2015, &eacute; um reconhecimento de que o governo n&atilde;o conseguiria cumprir a meta inicialmente prevista. At&eacute; a revis&atilde;o da meta, a &quot;conduta prudente&quot;, no entendimento de Janot, &eacute; &quot;n&atilde;o comprometer o desempenho com a abertura de novos cr&eacute;ditos suplementares&quot;.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;&quot;Do ponto de vista jur&iacute;dico, o momento em que o Executivo documenta e prop&otilde;e ao Legislatvo o reposicionamento da meta torna incontroversa a situa&ccedil;&atilde;o de comprometimento, sendo prudencial que cesse a abertura de cr&eacute;ditos suplementares com base em dispositivos do art. 4&ordm; da LOA 2015 at&eacute; a readequa&ccedil;&atilde;o da meta&quot;, escreveu.</div>
Compartilhe:

Faça seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos marcados são obrigatórios *