Relator entende que Dilma cometeu crime e deve ir a julgamento

Relator entende que Dilma cometeu crime e deve ir a julgamento

"Presidente" afastada cometeu crime de responsabildiade. / Foto: Reprodução

<div align="justify">O relator da comiss&atilde;o especial do impeachment, Ant&ocirc;nio Anastasia (PSDB-MG), concluiu no seu parecer que a den&uacute;ncia contra a presidente afastada Dilma Rousseff &eacute; procedente e que a petista deve ser levada a julgamento final pelo Senado. O relat&oacute;rio ainda n&atilde;o foi lido no colegiado, mas j&aacute; foi disponibilizado pela Internet.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Para Anastasia, Dilma cometeu um atentado &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o ao praticar as chamadas pedaladas fiscais (atraso de pagamentos da Uni&atilde;o a bancos p&uacute;blicos para execu&ccedil;&atilde;o de despesas) e ao editar decretos de cr&eacute;dito suplementar sem autoriza&ccedil;&atilde;o do Congresso Nacional.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A comiss&atilde;o especial do impeachment abriu no in&iacute;cio da tarde desta ter&ccedil;a-feira (2) a sess&atilde;o destinada &agrave; leitura do relat&oacute;rio do senador. O documento tem 440 p&aacute;ginas.</div> <div align="justify"><br /> Na conclus&atilde;o do relat&oacute;rio, Anastasia diz que seu voto &eacute; pela proced&ecirc;ncia da acusa&ccedil;&atilde;o e prosseguimento do processo. Ele justifica o parecer citando o que entendeu terem sido as irregularidades cometidas pela presidente afastada: a abertura de cr&eacute;ditos suplementares sem autoriza&ccedil;&atilde;o do Congresso Nacional e a realiza&ccedil;&atilde;o de opera&ccedil;&otilde;es de cr&eacute;dito com institui&ccedil;&atilde;o financeira controlada pela Uni&atilde;o.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Chamada de pron&uacute;ncia, a fase atual do processo de afastamento da presidente da Rep&uacute;blica &ndash; a etapa intermedi&aacute;ria &ndash; serviu para os integrantes da comiss&atilde;o especial ouvirem depoimentos de testemunhas, solicitarem documentos para produ&ccedil;&atilde;o de provas, realizarem per&iacute;cia e acompanharem a leitura da defesa pessoal de Dilma. Nesta fase tamb&eacute;m foram entregues as alega&ccedil;&otilde;es finais da acusa&ccedil;&atilde;o e da defesa.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Anastasia ter&aacute; de ler a &iacute;ntegra do parecer aos colegas da comiss&atilde;o especial do impeachment. Ao final da leitura do relat&oacute;rio de Anastasia, o presidente da comiss&atilde;o, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), conceder&aacute; vista coletiva (mais tempo para que os integrantes do colegiado analisem o parecer).</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Decretos suplementares</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">No seu relat&oacute;rio, Ant&ocirc;nio Anastasia considerou que a edi&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s decretos suplementares foi ilegal porque, segundo o relator, promoveram altera&ccedil;&otilde;es na programa&ccedil;&atilde;o or&ccedil;ament&aacute;ria incompat&iacute;veis com a obten&ccedil;&atilde;o de resultado prim&aacute;rio vigente &agrave; &eacute;poca de sua edi&ccedil;&atilde;o, com impacto negativo sobre o resultado prim&aacute;rio esperado.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A aus&ecirc;ncia de autoriza&ccedil;&atilde;o do Congresso Nacional para a edi&ccedil;&atilde;o dos decretos, segundo Anastasia, configurou &ldquo;absoluto desrespeito&rdquo; ao Legislativo.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&ldquo;Ao abrir cr&eacute;ditos suplementares e contingenciar despesas com base em projeto de lei pendente da aprecia&ccedil;&atilde;o do Parlamento, a presidente da Rep&uacute;blica revelou, portanto, n&atilde;o apenas desconsidera&ccedil;&atilde;o pelos mais elementares princ&iacute;pios da responsabilidade fiscal, mas absoluto desrespeito ao Congresso&rdquo;, diz o relator.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Cronograma</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Segundo o cronograma do processo de impeachment, os senadores que atuam na comiss&atilde;o especial ir&atilde;o discutir o documento elaborado por Anastasia na quarta-feira (3). Por&eacute;m, somente no dia seguinte o relat&oacute;rio ser&aacute; votado no plen&aacute;rio do colegiado.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Ap&oacute;s ser apreciado na comiss&atilde;o, o parecer do senador tucano ser&aacute; submetido ao plen&aacute;rio principal do Senado, independentemente de ter sido aprovado ou rejeitado pelo colegiado. A previs&atilde;o &eacute; de que a an&aacute;lise do relat&oacute;rio no plen&aacute;rio ocorra na pr&oacute;xima ter&ccedil;a-feira (9).</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Se o plen&aacute;rio principal decidir, por maioria simples, que &eacute; procedente a den&uacute;ncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade no exerc&iacute;cio da Presid&ecirc;ncia e que h&aacute; elementos suficientes para o afastamento definitivo da petista, ela ser&aacute; submetida a julgamento final no Senado.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Encarregado de comandar um eventual julgamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, prev&ecirc; que a an&aacute;lise definitiva do processo de impeachment tenha in&iacute;cio no plen&aacute;rio do Senado no dia 29 de agosto. A proje&ccedil;&atilde;o do magistrado &eacute; que o julgamento ir&aacute; se estender por uma semana.</div> <div align="justify"><strong>&nbsp;</strong></div> <div align="justify"><strong>Den&uacute;ncia</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Os autores do pedido de impeachment de Dilma alegam que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas pedaladas fiscais (atraso de pagamentos da Uni&atilde;o a bancos p&uacute;blicos para execu&ccedil;&atilde;o de despesas) e ao editar quatro decretos de cr&eacute;dito suplementar sem autoriza&ccedil;&atilde;o do Congresso Nacional. A den&uacute;ncia foi elaborada pelos juristas Miguel Reale J&uacute;nior, Jana&iacute;na Paschoal e H&eacute;lio Bicudo.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Defesa</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A defesa de Dilma, capitaneada pelo ex-ministro Jos&eacute; Eduardo Cardozo, rebate as acusa&ccedil;&otilde;es afirmando que os atos apontados na den&uacute;ncia n&atilde;o configuram crime de responsabilidade.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O defensor ressalta ainda que o processo de afastamento em tramita&ccedil;&atilde;o no Congresso tem v&iacute;cios de origem porque teria sido aberto por motivo de vingan&ccedil;a pelo ex-presidente da C&acirc;mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).</div>
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