Senado começa a julgar cassação de Dilma

Senado começa a julgar cassação de Dilma

Dilma Rousseff é acusada de cometer crimes de responsabilidade. / Foto: Reprodução

<div align="justify">O Senado, em sess&atilde;o comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, come&ccedil;a a julgar nesta quinta-feira, 25, a presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade fiscal. A sess&atilde;o d&aacute; in&iacute;cio &agrave; fase final do processo de impeachment. A petista &eacute; acusada de ter cometido irregularidades na gest&atilde;o do Or&ccedil;amento.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Dilma - que foi afastada da Presid&ecirc;ncia em maio, ap&oacute;s a primeira vota&ccedil;&atilde;o na Casa -, ser&aacute; condenada se ao menos 54 dos 81 senadores considerarem que ela &eacute; culpada por ter editado tr&ecirc;s decretos de suplementa&ccedil;&atilde;o or&ccedil;ament&aacute;ria sem o aval do Congresso e por ter cometido as chamadas pedaladas fiscais ao atrasar o pagamento de repasses pela Uni&atilde;o ao Plano Safra, do Banco do Brasil.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O pedido de impeachment de Dilma foi aceito pelo ent&atilde;o presidente da C&acirc;mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no in&iacute;cio de dezembro do ano passado. Na quarta-feira, 24, por&eacute;m, quase nove meses depois, a sess&atilde;o do Senado girou em torno da concess&atilde;o de reajustes salariais para o funcionalismo, deixando em segundo plano o julgamento de Dilma.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A maior dificuldade do governo do presidente em exerc&iacute;cio Michel Temer atualmente est&aacute; em debelar a crise entre parte de sua legenda, o PMDB, favor&aacute;vel &agrave; aprova&ccedil;&atilde;o dessas propostas, e o PSDB, contr&aacute;rio ao aumento. O governo ainda precisa afinar a base para levar a vota&ccedil;&atilde;o as principais mat&eacute;rias do ajuste fiscal: a PEC do teto dos gastos e a reforma da Previd&ecirc;ncia, ainda n&atilde;o apresentada.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Desde que assumiu interinamente o Pal&aacute;cio do Planalto, h&aacute; 104 dias, Temer atuou para cabalar votos e consolidar apoios. E acenou - tamb&eacute;m se valendo de distribui&ccedil;&atilde;o de cargos e libera&ccedil;&atilde;o de recursos para obras - com reformas econ&ocirc;micas impopulares, como as mudan&ccedil;as na Previd&ecirc;ncia, a fim de recuperar a economia do Pa&iacute;s.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A maioria dos senadores, em especial o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), come&ccedil;ou a avalizar a agenda econ&ocirc;mica de Temer ainda antes do in&iacute;cio do julgamento da presidente afastada.</div> <div align="justify"><strong>&nbsp;</strong></div> <div align="justify"><strong>Sess&otilde;es</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Senadores e interlocutores de Temer esperam um placar favor&aacute;vel a ele de 58 a 62 votos. Na quarta-feira, 25, durante uma reuni&atilde;o no gabinete do l&iacute;der do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), ficou acertada uma estrat&eacute;gia para encurtar as sess&otilde;es de quinta e sexta-feira, 25 e 26, destinadas a ouvir as testemunhas - a ideia &eacute; n&atilde;o inquirir aquelas que s&atilde;o da acusa&ccedil;&atilde;o e que somente os l&iacute;deres partid&aacute;rios ou indicados por eles far&atilde;o os questionamentos.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Os governistas querem obter mais votos do que os 59 alcan&ccedil;ados na sess&atilde;o do &uacute;ltimo dia 10, quando a presidente afastada se tornou r&eacute; no processo. Contam at&eacute; com o voto de Renan, que no processo de impeachment passou de aliado de Dilma - por ser desafeto hist&oacute;rico de Temer dentro do PMDB - a um dos principais parlamentares que endossaram a agenda do presidente em exerc&iacute;cio. Renan articulou, no Congresso, a vota&ccedil;&atilde;o de mat&eacute;rias consideradas de interesse do Planalto.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O presidente do Senado j&aacute; decidiu que viajar&aacute; para a primeira reuni&atilde;o internacional de Temer se ele virar presidente efetivo: o encontro do G-20 na China, no in&iacute;cio de setembro.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">J&aacute; a aposta dos poucos aliados de Dilma &eacute; que a petista conquiste apoios de &uacute;ltima hora, uma vez que ela far&aacute; sua defesa pessoalmente no Senado, na pr&oacute;xima segunda-feira. Dilma tem classificado o impeachment como &quot;golpe parlamentar&quot; e chegou a dizer que Temer e Cunha - que, nesse per&iacute;odo, renunciou &agrave; presid&ecirc;ncia da C&acirc;mara depois de ter sido afastado do cargo e do mandato de deputado pelo Supremo - eram os chefes da &quot;conspira&ccedil;&atilde;o&quot;.</div> <div align="justify"><strong>&nbsp;</strong></div> <div align="justify"><strong>Carta</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Dilma pouco fez para reverter a situa&ccedil;&atilde;o desfavor&aacute;vel no per&iacute;odo em que foi retirada do comando do Pa&iacute;s e praticamente se enclausurou no Pal&aacute;cio da Alvorada. Nesse &iacute;nterim, perdeu apoios de senadores que foram at&eacute; vice-l&iacute;deres do governo. Apesar dos apelos para agir logo, ela divulgou uma carta a apenas nove dias do julgamento em que reconhece ter cometido erros e na qual diz que, caso volte ao Planalto, pretende realizar um plebiscito para novas elei&ccedil;&otilde;es presidenciais. Essa proposta foi recha&ccedil;ada pelo seu pr&oacute;prio partido.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Se Dilma for condenada, encerra-se um per&iacute;odo de 13 anos e quatro meses da gest&atilde;o do PT no governo federal.</div>
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