Lula se torna réu pela terceira vez

Lula se torna réu pela terceira vez

Lula é réu em mais um processo. / Foto: Reprodução

<div align="justify">O ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva se tornou r&eacute;u pela terceira vez nesta quinta-feira. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira aceitou a den&uacute;ncia oferecida na segunda-feira contra o petista pelos crimes de tr&aacute;fico de influ&ecirc;ncia, organiza&ccedil;&atilde;o criminosa, lavagem de dinheiro e corrup&ccedil;&atilde;o passiva na Opera&ccedil;&atilde;o Janus &ndash; que investiga neg&oacute;cios suspeitos em Angola com dinheiro do BNDES.&nbsp;O sobrinho do petista Taiguara Rodrigues dos Santos, que tinha contratos milion&aacute;rios com a Odebrecht no pa&iacute;s africano, tamb&eacute;m foi denunciado por&nbsp;organiza&ccedil;&atilde;o criminosa e lavagem de dinheiro. Al&eacute;m deles, Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do pa&iacute;s e preso na Opera&ccedil;&atilde;o Lava-Jato, foi denunciado por organiza&ccedil;&atilde;o criminosa, lavagem de dinheiro e corrup&ccedil;&atilde;o ativa. Todos se tornaram r&eacute;us no processo.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Conforme <a target="_blank" href="http://veja.abril.com.br/politica/pf-indicia-lula-por-contratos-de-sobrinho-em-obras-de-angola/"><strong>VEJA antecipou h&aacute; duas semanas</strong></a> , os investigadores encontraram &ldquo;ind&iacute;cios de vantagens auferidas pelo ex-presidente e seus familiares em decorr&ecirc;ncia de supostos servi&ccedil;os prestados&rdquo;.&nbsp;No esquema mapeado&nbsp;pela Pol&iacute;cia Federal e pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal, Lula atuava como &ldquo;verdadeiro lobista da construtora Odebrecht&rdquo;. Formalmente, a empreiteira contratava o ex-presidente para dar palestras em pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Latina e da &Aacute;frica, onde a empresa desenvolve projetos bilion&aacute;rios financiados com dinheiro do BNDES. Ao todo, o petista recebeu 7,6 milh&otilde;es de reais da Odebrecht em sua empresa, a L.I.L.S., e em doa&ccedil;&otilde;es ao Instituto Lula. Nessas andan&ccedil;as pelo exterior, o ex-presidente se encontrava com chefes de Estado e autoridades estrangeiras com os quais discutia assuntos do interesse da construtora &mdash; que, por sua vez, contratou a Exergia Brasil, empresa de Taiguara Rodrigues, para ajudar numa obra&nbsp;em Angola.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O sobrinho de Lula, mesmo sem experi&ecirc;ncia no ramo&nbsp;de engenharia, recebeu 7 milh&otilde;es de reais da Odebrecht. Uma parte desses recursos foi usada para pagar uma viagem a Cuba de F&aacute;bio Luis, filho mais velho do ex-presidente conhecido como Lulinha, e despesas pessoais&nbsp;de Jos&eacute; Ferreira da Silva, conhecido como &ldquo;Frei Chico&rdquo;, irm&atilde;o de Lula. A Exergia Brasil, segundo os investigadores, financiou at&eacute; a campanha de Luiz Marinho, amigo do ex-presidente, em S&atilde;o Bernardo do Campo, em 2012.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A exist&ecirc;ncia do neg&oacute;cio suspeito entre Taiguara e a Odebrecht foi revelada por <a target="_blank" href="http://veja.abril.com.br/brasil/sobrinho-de-lula-faz-fortuna-com-negocios-em-cuba-e-na-africa/"><strong>VEJA em fevereiro de 2015</strong></a>. Antes de assinar contratos milion&aacute;rios com a empreiteira, Taiguara era dono de uma pequena vidra&ccedil;aria em Santos, no litoral paulista. De uma hora para a outra, virou empreiteiro, comprou uma cobertura luxuosa, enamorou-se por carr&otilde;es e ostentou riqueza nas redes sociais. Na esteira das viagens internacionais do tio Lula, prospectou neg&oacute;cios na Am&eacute;rica Central e na &Aacute;frica. Taiguara, que sempre negou qualquer favorecimento da Odebrecht, &eacute; filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irm&atilde;o da primeira mulher do ex-presidente. Funcion&aacute;rios do governo e executivos de empreiteiras costumavam identific&aacute;-lo como &ldquo;o sobrinho do Lula&rdquo;.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A investiga&ccedil;&atilde;o conduzida pelo MPF e pela PF come&ccedil;ou em abril&nbsp;do ano passado e focou os&nbsp;empr&eacute;stimos concedidos&nbsp;pelo BNDES&nbsp;para a Odebrecht entre 2008 e 2015, especificamente em Angola, por causa das condi&ccedil;&otilde;es camaradas. Segundo o MPF, na compara&ccedil;&atilde;o entre dez pa&iacute;ses que receberam &nbsp;financiamentos p&uacute;blicos&nbsp; d o banco estatal, o pa&iacute;s africano&nbsp;teve um dos menores prazos m&eacute;dios de concess&atilde;o dos empr&eacute;stimos, celebrou a maior quantidade de contratos e recebeu o maior volume de dinheiro, com a menor taxa de juros.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Trata-se do terceiro processo a que Lula responder&aacute; na Justi&ccedil;a. Em julho passado, o ex-presidente foi denunciado por ter comandando um esquema para <a target="_blank" href="http://veja.abril.com.br/brasil/lula-atuou-para-interferir-no-trabalho-do-judiciario-diz-mpf/"><strong>obstruir a Opera&ccedil;&atilde;o Lava-Jato</strong></a> .&nbsp;Mais recentemente, em 14 de setembro, o ex-presidente foi denunciado pela for&ccedil;a-tarefa da Lava-Jato pela pr&aacute;tica dos crimes de corrup&ccedil;&atilde;o passiva e lavagem de dinheiro. Lula, que foi apontado pelo MPF como o &ldquo;comandante m&aacute;ximo&rdquo; do esquema do petrol&atilde;o, recebeu 3,7 milh&otilde;es de reais em propinas da construtora OAS. No dia 20 de setembro, a den&uacute;ncia foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro,&nbsp;e o ex-presidente se tornou, mais uma vez, r&eacute;u. Agora, caber&aacute; &agrave; Justi&ccedil;a Federal no Distrito Federal decidir se acolher&aacute; a nova acusa&ccedil;&atilde;o apresentada pela Procuradoria da Rep&uacute;blica em Bras&iacute;lia.</div> <div align="justify">&nbsp;</div>
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