Assis Carvalho entra em polêmica nacional de homofobia e pede punição a Bolsonaro
A Câmara já recebeu outras representações contra o deputado Bolsonaro / ...
<p>O deputado federal Assis Carvalho (PT) entrou na polêmica nacional envolvendo as declarações homofóbicas de Jair Bolsonaro, deputado federal pelo PP do Rio de Janeiro e Marco Feliciano (PSC-SP). Assis solicitou na manhã de hoje (6) em plenário da câmara federal, abertura de processo por quebra de decoro parlamentar por considerar a atuação do parlamentar carioca de cunho racista e preconceituosa.</p>
<p>Feliciano postou textos de conteúdo racista no twitter, afirmando que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé" e que "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome". O posicionamento do parlamentar paulista causou lamentação de Assis Carvalho. "O comportamento que envergonha o Congresso Nacional e viola os direitos humanos, incitando o ódio e a intolerância", pontuou Assis Carvalho.</p>
<p>A Câmara já recebeu outras representações contra o deputado Bolsonaro: da deputada Manuela DÁvila - presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara - e mais 20 deputados; dos parlamentares Edson Santos (PT-RJ) e Luiz Alberto (PT-BA); do ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Carlos Alberto Júnior; da OAB-RJ; da procuradora feminina da Câmara, deputada Elcione Barbalho.</p>
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"Peço à Corregedoria e ao Conselho de Ética que acatem os pedidos já formulados e, com amplo direito de defesa, faça o devido julgamento de mais este fato lamentável de declaração de racismo e homofobia contra a sociedade brasileira, que é plural, é democrática e tolerante", finalizou o deputado Assis.</p>
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<div><strong><em>Relembre o caso</em></strong></div>
<p>O deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), 38 anos, disse nesta quinta-feira (31) pelo microblog Twitter que africanos "descendem de ancestrais amaldiçoados por Noé" e afirmou que gays têm "podridão de sentimentos" que, segundo ele, "levam ao ódio, ao crime e à rejeição".</p>
<p>Pastor da Assembleia de Deus há oito anos, Feliciano é deputado em primeiro mandato. Ele disse que costuma dar pelo Twitter respostas a perguntas de caráter religioso, postadas no microblog por ele e por assessores.</p>
<p>"Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids. Fome... Etc", escreveu o deputado no microblog. Noutro post, disse que "a maldição q Noe lança sobre seu neto, canaã, respinga sobre continente africano, dai a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!"</p>
<p>Segundo o deputado, as afirmações que fez sobre africanos têm fundamento teológico. "Não tem nada de comentário racista. É um comentário teológico que está na Bíblia. Infelizmente, concordou com o que o deputado Bolsonaro estava falando, mas é apenas um comentário teológico."</p>
<p>Ele se refere ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que nesta semana, foi alvo de polêmica ao responder a uma pergunta da cantora Preta Gil em um programa de televisão. Ela indagou como ele reagiria se um filho namorasse uma negra. O deputado respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja". Depois, Bolsonaro disse que não compreendeu a pergunta e que entendeu que a cantora se referia a gays.</p>
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<p>Marco Feliciano afirmou que não é amigo de Jair Bolsonaro e disse não concordar com as declarações do colega. "Se tudo o que foi postado sobre ele é verdade, tem meu repúdio também. Nenhuma minoria pode ser prejudicada. Ninguém pode ser humilhado por nada", declarou.</p>
<p>Apesar disso, ele disse que reafirma o que escreveu no Twitter. "Mantenho porque não é racismo. É puramente teológico", declarou.</p>
<p>O deputado disse que não pode ser chamado de racista porque tem descendentes africanos e a igreja em que atua mantém missionários na África. "De jeito nenhum sou preconceituoso ou racista. Sou um discípullo de Deus", afirmou.</p>
<p>Sobre homossexuais, Feliciano diz que respeita "porque meu patrão Deus respeita, mas aceitar é uma questão de foro íntimo, e eu não aceito". "Não quero que minha filha veja dois homens se beijando porque isso é imoral", declarou. "Não prego o ódio, mas não aceito."</p>
<p>"A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição", escreveu Marco Feliciano no Twitter. Segundo ele, a mensagem foi uma resposta a ataques que diz sofrer de grupos defensores da causa dos homossexuais.</p>
<p>Embora tenha se negado a mencionar o nome, Feliciano disse que um deputado do Rio de Janeiro "levanta todos os homoafetivos contra a bancada evangélica. Tudo que escrevo eles fazem virar notícia ruim contra mim", afirmou.</p>
<p>"Bora cristãos! Mostremos nossa união e nossa força. Retuitem isso: Amamos os homossexuais mas abominamos suas praticas promiscuas!", escreveu Feliciano no microblog.</p>