TJ inicia julgamento e defesa quer absolvição dos menores acusado de estupro em Castelo

TJ inicia julgamento e defesa quer absolvição dos menores acusado de estupro em Castelo

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<p><span style="line-height: 1.6;">O Cidadeverde.com teve acesso a parte do teor da argumenta&ccedil;&atilde;o da defesa. A defensoria fundamentou a atua&ccedil;&atilde;o em trechos dos depoimentos das adolescentes v&iacute;timas. A defesa considera que o juiz Leonardo Brasileiro ignorou o depoimento das v&iacute;timas e os laudos periciais.&nbsp;</span></p> <p><span style="line-height: 1.6;">Foram refor&ccedil;ados pontos em que as meninas deixaram claro ter visto apenas Gleison Vieira - assassinado no CEIP pelos outros tr&ecirc;s adolescentes - no alto do Morro do Garrote, de onde foram jogadas. Uma delas teria dito que somente no hospital foi informada de que havia quatro adolescentes envolvidos na pr&aacute;tica do crime. A defesa citou ainda a apreens&atilde;o de Gleison logo ap&oacute;s o crime, pelo soldado da Pol&iacute;cia Militar Elias Mota J&uacute;nior, que tamb&eacute;m foi investigado como mandante do crime.&nbsp;</span></p> <p>Na argumenta&ccedil;&atilde;o, foi mencionado&nbsp;<span style="line-height: 1.6;">que Elias - logo ap&oacute;s apreender Gleison - ligou para o delegado da cidade, La&eacute;rcio Evangelista, e informou que &quot;havia resolvido tudo&quot;. </span></p> <p><span style="line-height: 1.6;">Uma testemunha, um dos conselheiros tutelares de Castelo do Piau&iacute;, teria visto um dos adolescentes sendo espancado por um policial, recebendo socos e tapas no rosto e no peito, enquanto o policial dizia: &quot;tu vai falar a verdade porque tu sabe onde tu t&aacute;, com quem tu t&aacute; e o que tu fez, n&atilde;o foi?&quot;. Isso confirmaria a confiss&atilde;o dos rapazes obtida por meio de tortura.&nbsp;</span></p> <p><strong><span style="line-height: 1.6;">&Aacute;libis</span></strong></p> <p><span style="line-height: 1.6;">Foram mencionados ainda os &aacute;libis apresentados no primeiro julgamento foram, segundo a defesa, ignorados pelo juiz da Primeira Inst&acirc;ncia, Leonardo Brasileiro.</span></p> <p>O defensor p&uacute;blico explicou que dois dos adolescentes estavam trabalhando em uma obra pr&oacute;xima de suas casas e que, no momento do crime - que ocorreu por volta das 17h - os dois estavam no local de trabalho. Duas testemunhas, pedreiros da obra, de acordo com o defensor, foram categ&oacute;ricos ao confirmar a vers&atilde;o dos adolescentes.&nbsp;</p> <p>O terceiro rapaz havia deixado o local onde trabalhava e estava andando de bicicleta perto de sua casa, segundo a vers&atilde;o das testemunhas. A principal delas &eacute; o propriet&aacute;rio da bicicleta, que teria emprestado o ve&iacute;culo para o jovem.</p> <p><strong style="line-height: 20.8px;"><em>Atualizada &agrave;s 9h47</em></strong></p> <p style="line-height: 20.8px;">Gerson comentou ainda a n&atilde;o necessidade da presen&ccedil;a dos tr&ecirc;s jovens. &quot;O grau do julgamento n&atilde;o torna necess&aacute;ria a presen&ccedil;a deles aqui. Eles n&atilde;o v&atilde;o precisar falar nada, nem fazer nenhuma defesa. Hoje ser&aacute; julgado apenas o recurso da Defensoria&quot;, esclareceu.<span style="line-height: 20.8px; text-align: justify;">A sess&atilde;o que julgar&aacute; os adolescentes que cumprem pena pelo estupro coletivo em Castelo do Piau&iacute; - ocorrido em maio do ano passado - foi iniciada com 40 minutos de atraso, na</span><span style="line-height: 20.8px; text-align: justify;">&nbsp;1&ordf; C&acirc;mara Criminal Especializada do Tribunal de Justi&ccedil;a do Piau&iacute; (TJ-PI).&nbsp;</span><span style="line-height: 1.6; text-align: justify;">Ap&oacute;s entendimento entre as partes, a Defensoria P&uacute;blica, o MP e os desembargadores decidiram que defesa e acusa&ccedil;&atilde;o ter&atilde;o apenas 30 minutos para argumenta&ccedil;&otilde;es orais (10 minutos para cada jovem). O tempo dever&aacute; ser utilizado para cada um de forma a defender as teses para os tr&ecirc;s adolescentes.&nbsp;</span></p> <p style="line-height: 20.8px; text-align: justify;">O tempo de argumenta&ccedil;&atilde;o deve ser r&aacute;pido, mas o voto dos desembargadores costuma ser longo. O desembargador Edvaldo Moura informou que somente seu voto, enquanto relator, possui 82 p&aacute;ginas.</p> <p style="line-height: 20.8px;">O defensor p&uacute;blico Gerson Henrique explicou que o pedido de sigilo do julgamento aconteceu n&atilde;o apenas para a preserva&ccedil;&atilde;o dos adolescentes que cumprem pena no Centro Educacional Masculino (CEM). &quot;Na verdade, o processo corre em sigilo desde o in&iacute;cio. Nessa sess&atilde;o, a preocupa&ccedil;&atilde;o &eacute;, principalmente, com a preserva&ccedil;&atilde;o da imagem das v&iacute;timas, diante do que pode ser comentado aqui hoje. Al&eacute;m disso, toda a repercuss&atilde;o interfere no julgamento e na imagem dos adolescentes&quot;, afirmou.</p> <p><strong style="line-height: 1.6;"><em>Atualizada &agrave;s 9h23</em></strong></p> <p>O desembargador Edvaldo Moura, relator do processo que vai julgar o recurso da Defensoria P&uacute;blica, sobre a condena&ccedil;&atilde;o dos adolescentes que cumprem pena pelo estupro coletivo em Castelo do Piau&iacute;, falou &agrave; imprensa pouco antes do in&iacute;cio da sess&atilde;o de julgamento.&nbsp;<span style="line-height: 1.6;">&quot;Os jovens n&atilde;o participar&atilde;o, mas a defesa e a acusa&ccedil;&atilde;o ter&atilde;o 15 minutos para cada um deles para se manifestarem e podem usar os argumentos que quiserem&quot;, explicou Moura.</span></p> <p><span style="line-height: 1.6;">O desembargador esclareceu o rito do julgamento dizendo que abrir&aacute; a sess&atilde;o e a defesa ser&aacute; a primeira a se pronunciar. Na ocasi&atilde;o, o defensor p&uacute;blico Gerson Henrique Sousa ser&aacute; o primeiro a falar. Ele pretende a absolvi&ccedil;&atilde;o total dos menores. &quot;A nossa argumenta&ccedil;&atilde;o &eacute; pela negativa de autoria. N&atilde;o temos provas suficientes para concordar na condena&ccedil;&atilde;o. Entramos com recurso em agosto do ano passado e para n&oacute;s n&atilde;o h&aacute; ind&iacute;cios da participa&ccedil;&atilde;o dos tr&ecirc;s nesse crime&quot;, alegou o defensor.&nbsp;</span></p> <p>O representante do Minist&eacute;rio P&uacute;blico, procurador Ant&ocirc;nio Ivan da Silva, disse que atuar&aacute; como fiscal da lei, mas que, se preciso, tamb&eacute;m argumentar&aacute; em defesa da tese do MP. Para ele, a culpa dos adolescentes &eacute; uma certeza. &quot;N&atilde;o s&oacute; acreditamos, como temos certeza da culpabilidade dos envolvidos nesse crime. N&atilde;o acho que eu precisasse fazer qualquer argumenta&ccedil;&atilde;o no dia de hoje porque o processo j&aacute; foi muito bem fundamentado pelos meus colegas, mas estou aqui como fiscal da lei, e caso haja necessidade, tamb&eacute;m vou me pronunciar&quot;, afirmou o procurador.&nbsp;</p> <p>O defensor Gerson Henrique preferiu n&atilde;o comentar sobre as evid&ecirc;ncias ou provas que poder&aacute; utilizar para embasar a defesa, mas confirmou que o n&atilde;o reconhecimento dos adolescentes pelas v&iacute;timas e a aus&ecirc;ncia de material gen&eacute;tico dos jovens no local do crime s&atilde;o alguns dos ind&iacute;cios apontados pela Defensoria.&nbsp;</p> <p>A sess&atilde;o ocorrer&aacute; a portas fechadas, de forma a evitar qualquer possibilidade de nulidade da decis&atilde;o. O Minist&eacute;rio P&uacute;blico acredita que assim a seguran&ccedil;a do resultado ficar&aacute; garantida. &quot;Eu, pessoalmente, gostaria que fosse uma sess&atilde;o aberta. Acho que seria uma excelente aula, mas como representante da lei, vou respeitar e fazer cumprir a solicita&ccedil;&atilde;o da Defensoria&quot;, explicou.&nbsp;</p> <p><strong style="line-height: 1.6;"><em>Postada &agrave;s 7h30</em></strong></p> <p>A 1&ordf; C&acirc;mara Criminal Especializada do Tribunal de Justi&ccedil;a do Piau&iacute; (TJ-PI) julga nesta sexta-feira (3), a partir das 9h, os tr&ecirc;s adolescentes condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piau&iacute;, cidade localizada a 190km ao Norte de Teresina. A sess&atilde;o ser&aacute; realizada no plen&aacute;rio do Judici&aacute;rio e ser&aacute; totalmente fechada.&nbsp;</p> <p>O relator do processo &eacute; o desembargador Edvaldo Moura, que preside a 1&ordf; C&acirc;mara. Ele explica os motivos de o julgamento acontecer em segredo de justi&ccedil;a. &quot;Se dependesse de mim eu faria publicamente, pelo menos restrito a defensores, estudantes de direito, mas infelizmente houve uma rea&ccedil;&atilde;o da Defensoria P&uacute;blica e, por este motivo, eu estou fazendo em segredo de justi&ccedil;a&quot;, afirmou ao Cidadeverde.com</p> <p>O magistrado disse que estudou todo o processo e que est&aacute; preparado para emitir seu voto. &quot;O Minist&eacute;rio P&uacute;blico vai fazer a sustenta&ccedil;&atilde;o oral, a defesa vai fazer a sustenta&ccedil;&atilde;o oral e defender o que quiser. Eu estou preparado para julgar, para emitir meu voto. Estudei o processo todo e estou afinado como toda a orienta&ccedil;&atilde;o que deve ser seguida no julgamento&quot;, declarou o desembargador.</p> <p>Ainda de acordo com o desembargador, o julgamento sendo fechado evita nulidades. &quot;Pode ser que queiram arguir novidades e para evitar nulidades vamos fazer em segredo de justi&ccedil;a&quot;, ressalta.</p> <p>&nbsp;A sess&atilde;o de julgamento deveria ter acontecido na quarta-feira (1), mas devido &agrave; posse do novo presidente do Tribunal de Justi&ccedil;a, desembargador Erivan Lopes, foi adiada para esta sexta. O Tribunal ir&aacute; analisar a decis&atilde;o do juiz de Castelo do Piau&iacute;, Leonardo Brasileiro. Os quatro rapazes &ndash; na faixa et&aacute;ria de 15 a 17 anos&ndash; foram condenados cada um por oito delitos: quatro estupros, tr&ecirc;s tentativas de homic&iacute;dios e um homic&iacute;dio. Na decis&atilde;o, o magistrado entendeu, de acordo com a jurisprud&ecirc;ncia do STJ, que o tempo de interna&ccedil;&atilde;o deveria ser de 24 anos para eles &ndash; oito vezes os tr&ecirc;s anos previstos no ECA.</p> <p>O TJ vai analisar uma apela&ccedil;&atilde;o criminal que poder&aacute; rever todo o caso. Os desembargadores poder&atilde;o reformar em parte ou integralmente a decis&atilde;o do juiz de Castelo. Eles podem ainda absolver os adolescentes ou manter a senten&ccedil;a de Leonardo Brasileiro.</p>
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